O uso do pó de rocha na agricultura impulsiona a actividade agrícola em cerca de cinco à 50 por cento, em função da aplicação do produto na terra, garantiu António Bizão, um dos participantes da III edição da plataforma Mozgrow.
Este sistema é uma alternativa de fertilizante natural que fortalece a lavoura. António Bizão, especialista em adubação, defende que o uso deste método agrícola é sustentável e barato.
A aplicação deste sistema significa o retorno do período em que a agricultura era bastante produtiva bem como rentável, avançou o especialista, acrescentando que a produção com base na química contraria o ciclo da natureza, explicando que, “até porque este tipo de adubação pode ajudar, entretanto não é sustentável”. Por isso, na busca de novas alternativas, Bizão viu a necessidade de recorrer ao método natural e de fácil acesso.
Uma das principais causas que fragiliza o sistema de fertilização química é o grande consumo de energias fósseis para a produção de alimentos, o que gera questionamento. “Se não houver mais energias fósseis, a humanidade vai perecer”, afirmou Bizão, que explica que por este motivo optou em voltar para as práticas remotas de forma a garantir não, apenas, uma agricultura sustentável, mas, também contribuir para um bom estado do ecossistema a longo prazo.
O especialista agrícola garante que a produção que provem da adubagem do pó de rocha, para além das inúmeras vantagens, é, também, indigesta a pragas por conta da sua composição e dos nutrientes que passa à produção, o que gera uma barreira para que os vermes não destruam as plantações.
António Bizão diz que embora este sistema não seja actual, assegura que é inovador e pode ser um grande aliado para o desenvolvimento da economia local.
De todos os produtores que operam em Moçambique, cerca de 97 por cento são do sector familiar, de todos eles, 95 não usam produtos agroquímicos, o que constitui uma vantagem na aplicação deste sistema, que pode contribuir na redução significativa da agricultura química e empobrece a qualidade do solo, gerando ácido clorídrico que destrói os micro-organismos do solo.
Bizão aponta ainda, a necessidade de o Governo moçambicano implementar o processo de rochagem no país e deixar à disponibilidade da sociedade de forma a criar uma independência agrícola.
O especialista reitera que aplicar este processo, é apostar numa agricultura sustentável e sublinha a grande vantagem dos solos moçambicanos não terem consumido ainda muitos químicos.