Está submersa a estrutura que serve de ponte na zona de Mazambanine, em Boane, o que condiciona a circulação de pessoas e bens. São 25 bairros com a mobilidade limitada. Os moradores clamam pela construção de uma nova ponte.
Julieta Matola é residente do bairro 7 de Setembro, no Município de Boane. Com as calças dobradas, nas mãos leva o seu calçado e no colo o seu bebé que não goza de boa saúde. Deve chegar à unidade sanitária, mas tudo se complicou com a água que cobriu a ponte.
“Estamos a vir de longe, o meu filho não está bem, acabamos por demorar por causa desta travessia. Assim só posso recorrer a uma clínica”, disse Julieta Matola.
A Barragem dos Pequenos Libombos está a receber muita água que vem de eSwatini e da África do Sul e sem capacidade para reter mais água. Está, neste momento, a fazer descargas acima de 50 metros cúbicos por segundo, o que está a causar esta situação.
Manuel Farnela vai usar a sua motorizada para fazer a travessia mesmo ciente do risco que corre. “Vou tentar, vou arriscar um pouco, acho que vou conseguir passar, pior que não estava informado que a situação estava crítica aqui”, lamentou.
A ponte de Mazambanine está submersa, a água tem uma corrente forte, há risco de queda e afogamento, mas as pessoas, sobretudo crianças, de forma descuidada, estão a atravessar a ponte.
“Para mudar o cenário, se calhar o Governo fizesse cá uma ponte, aí sim ia melhorar porque o actual cenário não ajuda em nada”, sugeriu Sérgio Valentim.
O Município de Boane diz que já há estudos em curso para a construção de uma nova ponte e procura-se financiamento. “Nós, como Município, tivemos que trabalhar com a Administração Nacional de Estradas, já estivemos no terreno com os técnicos a fazer levantamento e, neste momento, os colegas da ANE estão a fazer trabalho para a elaboração do projecto executivo e daí vamos ter os custos que são necessários para a construção de uma nova ponte neste local”, garantiu Augusto Mambero, vereador de Infra-estruturas e representante do edil de Baone
Entretanto, duas embarcações do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres ficaram sem funcionar durante parte do dia esta terça-feira por falta de combustível.
Uma destas embarcações precisa de pelo menos 25 litros de combustível, e para as duas, seriam necessários 50 litros e, até ao meio dia, não estavam a transportar pessoas por falta de combustível.
Amir Ibrahimo desvaloriza a situação: “Não foi demora, foi uma questão operacional porque as embarcações tiveram que vir logo de manhã cedo enquanto deviam estar cá já com combustível, mas é uma questão logística, que já está ultrapassada”.
O combustível chegou por volta das 12 horas e foi nesse momento em que começou a movimentação dos homens da unidade de protecção civil para colocar as embarcações no leito do rio Umbeluzi.