O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) já financiou mais de 100 projectos, orçados em dois biliões de dólares, em Moçambique nos últimos 40 anos. O Banco diz que vai continuar a investir no país, principalmente, nas áreas de energia, agricultura e infra-estruturas.
Esta segunda-feira o BAD lançou um resumo do impacto das suas actividades em Moçambique. Nas suas contas, o BAD diz que só nos últimos 10 anos financiou mais de 800 quilómetros de estradas, garantiu água a perto de dois milhões de pessoas, e ajudou mais de oito mil famílias de camponeses a melhorar os seus rendimentos.
No seu resumo, o BAD diz ainda que ajudou a criar cerca de 1500 empregos através do projecto ferroviário de Nacala, para além de ter financiado 1350 quilómetros de distribuição de energia eléctrica, o que permitiu o acesso a mais de 822 mil pessoas. Segundo esta instituição financeira até Dezembro de 2017 a sua carteira total em Moçambique consistia em 20 operações de empréstimo, num valor de 623 milhões de dólares.
O banco refere ainda que vai implementar um novo documento com uma estratégia nacional que vai assentar fundamentalmente no investimento em infra-estruturas e na agricultura. A nova estratégia, segundo fez saber Pietro Toigo, representante do BAD em Moçambique que falava durante a apresentação do resumo das actividades desta instituição, vai ajudar a catapultar o país e o continente em geral, aumentar a produção agrícola e ligar as zonas de produção aos mercados através do investimento em infra-estruturas.
“Vai ser uma estratégia para impulsionar o desenvolvimento rural de Moçambique, para a criação de trabalho e para a diversificação da economia”, disse.
Toigo referiu que apesar de o sector industrial desempenhar um papel limitado na economia do país, o Banco desenvolveu várias operações para apoiar pequenas indústrias que já beneficiaram mais de cinco mil pessoas, sendo metade delas mulheres.
O relatório do BAD foi lançado na Universidade Pedagógica e o reitor desta Instituição disse na ocasião que a academia é chamada a reflectir a actual situação do país, caracterizada pelo crescimento demográfico, descoberta de recursos naturais e mudanças climáticas.
“O Banco Africano de Desenvolvimento, a nossa Universidade, e toda academia moçambicana, são chamados e não devem ficar alheios a estas dinâmicas porque as mesmas afectarão as nossas formas de ser e de agir. Temos que estar atentos a estes fenómenos para que de forma conjunta, de forma estruturada sejam encontradas as respostas mais apropriadas para estas e outras demandas”, defendeu Jorge Ferrão.
Refira-se que o BAD é parceiro económico de Moçambique desde 1977.