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Município da Matola usa cimento para tapar buracos em estradas de asfalto

Foto: O País

O Conselho Municipal da Matola está a usar cimento para tapar buracos em algumas vias de acesso da urbe. A edilidade reconhece que o material é inapropriado, mas diz não ter dinheiro para colocar asfalto.

“Esta mal, as estradas da Matola não estão em condições, estão esburacadas desde há muito tempo, até o presidente vai cessar as funções enquanto as estradas estão assim”. É a descrição do condutor, Zarito Da Guerra, transportador de passageiros que usa com frequência as vias que apresentam buracos.

O “O País” visitou algumas estradas da urbe, nos bairros da Matola G, Liberdade e Sikwama. Os utentes queixam-se das péssimas condições.

“As viaturas acabam por estragar-se aqui mesmo, depois exigem inspeção, mas é inspeção para quê com buracos assim?” Questionou, o transportador Júlio Bernardo.

Já Marcos Sopaio revela que quem passa por estas vias deve escolher o buraco.

“A via está razoável, os buracos estão mais ou menos, mas é só escolher qual buraco deve bater” lamentou.

O Conselho Municipal da Matola conhece o problema e diz estar a executar um plano que consiste em tapar buracos das estradas.

“Temos estradas maioritariamente asfaltadas e com problemas de buracos. O que nós temos estado a fazer é, com recurso a betão hidráulico (cimento), vamos resolvendo alguns pontos, que seja oportuno ou sustentável” explicou o porta-voz do Conselho Municipal da Matola, Firmino Guambe

O material usado pode resolver o problema a curto prazo mas não é o mais recomendado, daí que requer cuidados especiais.

Aquele material até tapa os buracos mas carece de alguma técnica, primeiro os buracos não estão a ser cortados e facejados, segundo a parte de colagem do material, com o material betuminoso nas pontas, não esta a ser acautelado, terceiro quando se tapa o material de betão de cimento deve esperar pelo menos oito horas para secar e normalmente deve ter uma cura esperada de sete dias para ter uma capacidade de resistência suficiente para suportar o peso” detalhou o engenheiro, Celso Nicols.

O engenheiro Celso Nicols adverte que caso não sejam tomadas as medidas poderão prevalecer os buracos nas estradas.

“Podemos continuar a ter buracos porque algumas fissuras rapidamente vão saltar” acrescentou o engenheiro.

Mas afinal o que leva o Conselho Municipal da Matola a usar este material para resolver o problema?

“ Mas, por exiguidade de recursos, por vezes essas intervenções não ocorrem, e não ocorrendo, o que vai acontecer é que vamos ter um buraco aqui e outro acolá. E vamos criando soluções para que a nossa mobilidade não seja condicionada a medida que também vamos trabalhando para mobilizar recursos para que tenhamos este tipo de intervenção” explicou, Firmino Guambe, Conselho Municipal da Matola.

Um facto que não ecoa aos ouvidos de Zarito da Guerra, transportador de passageiros.

“ É uma vergonha isso ai, nós pagamos impostos e o dinheiro reverte-se para reabilitar as estradas, mas levar-se betão para tapar buracos, em termos de engenharia sabemos que isso aí não é a coisa apropriada, pelo menos se usasse alcatrão de segunda” lamentou, Zarito Da Guerra.

Por sua vez, o município da Matola está à procura de um empreiteiro para a reabilitação de algumas estradas que estão degradadas.

“Existe um trabalho que foi feito de mapeamento nos pontos considerados críticos posso dar o exemplo da estrada que liga Patrice a Singatela, KM 15 a Nkobe, fez um trabalho para garantir a transitabilidade e está se a trabalhar para solucionar o problema de buracos” revelou o porta-voz do Conselho Municipal da Matola.

Até ao momento, a edilidade da Matola já tapou os buracos nas estradas das avenidas União Africana, 5 de Fevereiro e Joaquim Chissano.

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