Terminou esta segunda-feira a campanha eleitoral para as quintas eleições gerais em Angola, e hoje é o dia de reflexão e avaliação da mensagem disseminada nos últimos trinta dias pelos oito partidos concorrentes, segundo preconizado na legislação eleitoral.
Todos os partidos encerraram a sua campanha em Luanda, capital e maior círculo eleitoral com o MPLA, partido no poder, a reunir no Pavilhão Multiuso de Kilamba milhares de mulheres filiadas e ou simpatizantes da Organização da Mulher Angolana (OMA), seu braço feminino. Já a UNITA encerrou com um comício popular bastante concorrido nos arredores de Luanda. Os dois partidos aproveitaram a ocasião para reafirmar os posicionamentos que tiveram ao longo dos trinta dias de campanha.
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) reuniu-se, esta segunda-feira, em Luanda, para aprovar o relatório da auditoria aos ficheiros que usou para elaborar cadernos eleitorais, tendo-o classificado como “bom”, sem, no entanto, divulgar o seu conteúdo.
A auditoria terá sido realizada por uma empresa italiana, apurada através de um concurso público internacional, e visava responder às críticas apresentadas pela UNITA, que colocou em causa a forma oficiosa com que foi feito o registo eleitoral.
“O plenário apreciou e aprovou o relatório e, numa escala de zero a cinco, atribuiu a classificação de ‘bom’, pelo que a auditoria está em perfeitas condições e em consonância com os princípios que regem a organização” a nível da gestão e protecção de dados, disse o responsável da CNE.
Sobre o que foi auditado em concreto, Lucas Quilundo nada disse, escusando-se a responder às perguntas dos jornalistas, indicando apenas que a auditoria não visou excluir ou expurgar elementos que constem da base de dados, designadamente, eleitores mortos.
“Visou aferir a sua conformidade com os princípios que regem a realização de qualquer auditoria a esse tipo de ferramentas”, declarou.
Em declarações à Lusa, Horácio Junjuvili, o mandatário da UNITA junto da CNE, adiantou que o relatório contém “imensas imprecisões” e que não continha data, o que impede de saber quando foi feito, como e em que condições. Adiantou ainda que estiveram presentes o presidente da CNE, bem como os comissários eleitorais e quatro mandatários de partidos políticos, mas estes não tiveram acesso ao relatório.