O Governo diz que o acesso da mulher ao planeamento familiar ainda é um grande desafio no país. A situação, de acordo com o Ministério da Saúde, contribui para gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis.
A 28 de Maio, Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, reflete-se em torno da saúde sexual reprodutiva e dos direitos da mulher. Para marcar a efeméride, várias actividades de consciencialização foram levadas a cabo, na Cidade de Maputo, com destaque para uma feira de saúde, que teve lugar no jardim Repinga.
Apesar da melhoria no respeito ao direito à saúde, em Moçambique, o Ministério da Saúde (MISAU) avança que o acesso ao planeamento familiar ainda constitui um impasse para a classe, sobretudo nas zonas recônditas.
Vânia Benzane, responsável nacional da Saúde Materna, explica que o facto se deve, essencialmente, às barreiras impostas às mulheres pelos seus cônjuges e pela sociedade.
“Ainda temos vários desafios, principalmente quando olhamos para a área do planeamento familiar, onde a mulher deve sentir-se no direito de escolher o método que vai aplicar. Entretanto, há parceiros de certas mulheres que dizem que elas não podem adoptar certo método sem antes pedir autorização. A mulher deve pedir permissão ao seu parceiro ou à sua família, até para ir a uma consulta pré-natal”, esclareceu Benzane.
Contudo, o MISAU quer ver reduzido o índice de mortalidade materna, numa altura em que uma em cada quatro mulheres morre por causas relacionadas à maternidade.
“Temos uma elevada taxa de mortalidade materna por causas relacionadas ao parto e período pós-parto. Então, todos juntos vamos lutar para potenciar os esforços do Ministério da Saúde. Com as mulheres saudáveis, a nação também ficará saudável”, revelou Gizela Zambuja, chefe do Departamento de Saúde Familiar, que frisou que o MISAU concentra as suas prioridades na mulher, para, por via disto, “prover melhor saúde, melhorar o acesso das mulheres aos serviços de saúde, construindo mais maternidades, treinando profissionais de saúde para assistirem partos e lidarem com as respectivas complicações, trazendo bons resultados”.
Nesse contexto, a chefe do departamento de saúde familiar assegura que o MISAU está a registar resultados satisfatórios, com a redução do índice de aborto inseguro.
“O aborto clandestino ainda é uma das causas da mortalidade materno-infantil, e o ministério provê o aborto seguro, isto é, em condições higiénicas e por alguém treinado para tal”, disse Zambuja.
Cancro de mama, endometriose, infecção urinária, cancro do colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade estão entre as principais doenças que afectam a saúde da mulher.
Em Moçambique, o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi comemorado sob o lema “Quebre o Preconceito! Imagina um Mundo com Igualdade de Género, Livre de Preconceitos, Discriminação e Com Valorização da Saúde da Mulher”.