Numa altura em que o Sistema Nacional de Saúde anda pressionado, devido ao aumento dos casos da COVID-19 e consequente subida do número de internamentos, o Governo, através do Ministério da Saúde, continua expectante em atingir as metas de, até o final do quinquénio 2020-2024, construir e apetrechar 49 hospitais, entre gerais e distritais.
Falando nesta quarta-feira (25), durante a abertura do décimo primeiro Conselho Hospitalar, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, avançou ainda que, com as obras em curso, serão beneficiadas mais de 7.6 milhões de pessoas em todo o país.
“Para além da construção e apetrechamento, o sector da Saúde deve garantir recursos humanos em quantidade e qualidade, aumentando o rácio de profissionais de saúde, de 11 para 17 a cada 10 mil habitantes”, disse.
Em 18 meses, desde que tomou posse para este quinquénio, o Governo diz que alocou grande parte do seu orçamento, para frear o aumento da propagação da COVID-19 e mitigar o seu impacto.
Esta situação, de acordo com o ministro da Saúde, atrasou o alcance dos objectivos e prioridades do sector.
“O segundo ano do presente ciclo de governação iniciou com um evento que colocou à prova a capacidade técnica, científica e infra-estrutural do Serviço Nacional de Saúde. Este evento colocou uma pressão altíssima sobre os hospitais de referência ao nível das capitais provinciais e, sobretudo, os hospitais centrais”, referiu o titular da pasta da Saúde.
Tiago referiu-se ainda à diminuição do acesso aos serviços de saúde, por parte das comunidades, redução da capacidade de resposta da rede sanitária, aumento da demanda em recursos humanos e a redução da qualidade e eficácia dos serviços de saúde, como condicionalismos para o alcance das metas previstas, que se juntam à “infecção dos profissionais de saúde, bem como à demanda na assistência médica e medicamentosa”.
Entretanto, apesar dos desafios, o sector da Saúde afirma ter dado uma resposta eficaz à pandemia da COVID-19 e já perspectiva acções futuras em prol da população.
“Aumento do número de hospitais distritais (de 65 para 114), melhoria do acesso aos cuidados de saúde de qualidade e, em particular, garantindo o acesso aos cuidados cirúrgicos de emergência e aumentando o número de camas hospitalares com cerca de quatro mil novos leitos”.
Armindo Tiago procedeu, esta quarta-feira, à abertura do décimo primeiro Conselho Hospitalar, o primeiro a decorrer no mandato 2020-2024, de 25 a 27 de Agosto, no formato híbrido, ou seja, presencial e virtual, subordinado ao lema “Por Hospitais com Gestão de Serviços Eficiente e de Qualidade”.
Durante o evento, foram lançados dois manuais para o uso interno, nomeadamente o Manual de Funcionamento dos Centros de Isolamento da COVID-19 e o Manual de Manejo Clínico de Pacientes com COVID-19.