O Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, minimiza o objectivo do Comité Olímpico de Moçambique de simples participação e desafia os atletas qualificados às olimpíadas de Tóquio a trazerem medalhas para o país.
A delegação moçambicana, que vai às olimpíadas, já cheira a Tóquio. São, ao todo, 10 atletas que vão estar na nata do desporto Mundial, seis deles recebidos na tarde desta segunda-feira pelo Primeiro-ministro. Na ocasião, o governante desafiou os atletas a subirem ao pódio. Aliás, Carlos Agostinho do Rosário contrariou a pretensão do Comité Olímpico que diz não ter como foco a conquista de medalhas.
“Tenham consciência de que vão participar numa das melhores festas do Mundo. Participem da melhor maneira nesta festa Mundial e ganhem o maior número de medalhas e premiações possíveis, apesar de não ser esse o objectivo traçado pelos vossos chefes. Ainda assim, procurem o melhor como atletas. Ninguém vai ao campo para perder”, desafiou do Rosário.
Mais do que medalhas, Carlos Agostinho do Rosário instou os atletas a serem verdadeiros embaixadores do país em Tóquio, fazendo valer os valores da nação.
“A vossa participação nos Jogos Olímpicos engrandece o nosso país ao nível internacional. Fazemos votos para que cada um dos integrantes da delegação moçambicana saiba representar a Nação através de uma postura e comportamento exemplares. Tenham sempre em mente que representam a nossa bandeira e que carregam convosco 30 milhões de moçambicanos”, anotou.
O grupo de atletas que vai a Tóquio é o mais constituído de todos os tempos e conta com cinco mulheres, dentre as quais, Deyse Nhaquile e Alcinda Panguane, que prometem, na ocasião, dar o seu máximo.
“A minha moral está muito forte. Estou feliz por ter qualificado e por levarmos maior número de mulheres à competição. Com isso, vamos mudar a visão de que a mulher não pode ocupar certos lugares. Estamos aqui e vamos a Tóquio para mostrar que podemos, sim”, sentenciou, Nhaquile.
Já Alcinda Panguane diz “estou feliz pela qualificação e vamos mostrar ao mundo que estamos capacitadas”.
Da velejadora Maria Machava, menina de 15 anos, Carlos Agostinho do Rosário também recebeu garantia de luta e determinação a partir de terras nipónicas.
“Sendo a mais nova da competição, quero mostrar ao mundo que a mulher está capacitada e tem força para fazer bons resultados”, perspectivou.
LURDES MATOLA DEVE SERVIR DE INSPIRAÇÃO
O ano 2000 não sai da memória dos moçambicanos, pois foi há precisamente 21 anos em que, a partir de Sidney, Lurdes Mutola, a “menina de ouro”, fez “voar” a bandeira de Moçambique além-fronteiras.
Na final, a estilo vingança das prestações anteriores, Lurdes foi estrondosa fazendo esquecer o terceiro lugar alcançado em Atlanta, em 1996.
Pela primeira vez em cinco participações, a bandeira de Moçambique foi hasteada e o hino nacional ouviu-se pelo Mundo fora. É isto e mais que o Primeiro-ministro quer dos atletas que vão a Tóquio.
“Na nossa presença nos Jogos Olímpicos, mantemos presente a memorável proeza alcançada pela nossa menina de ouro, Maria de Lurdes Mutola, quando conquistou a medalha de Ouro em Sidney”.
Os Jogos Olímpicos Tóquio 2020 vão decorrer de 23 de Julho a 8 de Agosto, em terras nipónicas.