Na sequência da suspensão preventiva do Standard Bank de todas as actividades de conversão de moeda estrangeira no mercado cambial, por tempo indeterminado, alguns empresários nacionais defendem que o Banco de Moçambique deve continuar incisivo nas acções de regulação.
O presidente da Câmara de Comércio Moçambique-Itália, Simone Santi, vê a decisão do Banco Central “com bons olhos”, uma vez que visa controlar a “dolarização” do sistema Bancário nacional.
“É importante que o mercado tenha um regulador que imponha regras que visam criar um sistema bancário mais transparente. As regras que o Banco central está a colocar devem ser cumpridas. Esse é o princípio de todas as economias” explicou.
Simone Santi defende ainda que haja mais instituições bancárias no país, para, desta forma, aumentar o nível de competitividade entre os bancos, o que vai garantir a transparência no mercado bancário.
“Qualquer intervenção que seja para trazer clareza em processos é bem-vinda, apesar de afectar, a curto prazo, as actividades do dia-a-dia, principalmente para quem trabalha com importações e exportações. Contudo, se houver transparência na banca, o sistema financeiro, a banca e os sectores privados sairão a ganhar”, defendeu Simone Santi.
Por sua vez, o vice-presidente do pelouro de Recursos Minerais da CTA, Júlio Sethy, defende que a decisão do Banco de Moçambique contra o Standard Bank coloca em causa a reputação dos bancos nacionais.
“A decisão do Banco de Moçambique coloca algumas dúvidas sobre a actuação dos nossos bancos e acho que isto vai afectar a imagem do Standard Bank em particular, mas acima de tudo, colocará em causa a coerência do sistema bancário nacional”, declarou Júlio Sethy.
Embora haja suspensão do Standard Bank em todas as actividades que envolvam a conversão de moeda estrangeira no mercado cambial, os empresários dizem que registam- se alguns constrangimentos nas transações com os clientes, porém continuam a operar normalmente, pois têm a possibilidade de recorrer a bancos com os quais já têm relação.