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Barreira linguística dificulta transferência de tecnologias agrárias no país

Moçambique introduziu o sistema de transferência de tecnologias com a China, em 2011, para permitir maior variedade e produtividade agrária. Entretanto, a comunicação entre os especialistas chineses e os produtores moçambicanos dificulta o progresso do programa.

Para além das dificuldades na comunicação entre os intervenientes, os Centros de Transferência de Tecnologias existentes no país dependem exclusivamente do investimento da empresa chinesa Liam Feng.

A informação foi avançada hoje, em Maputo, num Workshop organizado pelo Instituto de Estudos Sociais e Económicos, (IESE).

Para Sérgio Chichava, Representante do IESE, a diferença linguística deve ser ultrapassada para que os objetivos da implementação do programa sejam alcançados.

“Maior parte dos técnicos que vêm a Moçambique, apesar de terem grande experiência, enfrentam o desafio de se comunicar com os técnicos extensionistas agrários e até mesmo do Ministério da Ciência e Tecnologia, e isso vai interferir nos resultados pretendidos”, explicou.

Sérgio Chichava considera que o envolvimento do sector privado no processo pode melhorar a sustentabilidade dos centros, que dependem do investimento exclusivo da China.

Apesar dos desafios, o programa já beneficiou, só na província de Maputo, 700 produtores desde a sua implementação, através do Centro de Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluze.

Por outro lado, a Diretora-Geral do Instituto de Investigação Agrária, Olga Fafetine, disse que as acções que têm sido levadas a cabo pelo Governo e os parceiros chineses vão aumentar o número de produtores abrangidos e a produtividade agrária.
“O nosso objectivo é atingir, nos próximos três anos, cerca de cem mil agricultores que produzem arroz, para expandir o sistema de produção de arroz que usa tecnologias chinesas, para que esse arroz esteja disponível nas prateleiras moçambicanas”.   

O workshop, que junta especialistas na área de cooperação bilateral e transferência de tecnologias, pesquisadores nacionais e estrangeiros, visa reflectir sobre o impacto e os desafios da implementação do programa de Transferência de Tecnologias entre a China e África.

 

 

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