O grupo Girassol, em coordenação com a Companhia JGM-João Garcia Miguel, de Portugal, vai adaptar o texto de Mia Couto para o teatro. Trata-se de “Mar me quer”, que, em peça, será apresentada no segundo dia da 15ª edição do Festival Internacional Teatro de Inverno (FITI, no Cine-teatro Gil Vicente, em Maputo.
O FITI inicia sábado e tem duração de um mês.
A JGM está no país pela segunda vez. A primeira foi ano passando, quando adaptou “Nós matamos o Cão-Tinhoso”, de Luís Bernardo Honwana. E voltou para junto do grupo Girassol participar desta edição. “Em Portugal, o trabalho de Mia é conhecido, e isto vai ajudar a criar laços com espaços teatrais no nosso país, por forma a trazer pessoas interessadas à peça”, disse João Garcia Miguel, o Director da JGM, acrescentando: “escolhemos Mia Couto com a esperança de que nos abra uma porta mais rápida para chegarmos ao Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e mais países falantes da língua portuguesa. Este tipo de projecto precisa circular para poder sobreviver. Acreditamos que nem todos conhecem este texto, e esta é também uma forma de o divulgar e tornar conhecida a escrita moçambicana”.
De acordo com Joaquim Matável, Director do Girassol, a sua relação com a JGM iniciou ano passado, quando esta companhia participou da 14ª edição da FITI”.
Além disso, “a escolha recaiu sobre ‘Mar me quer’ por causa da relação que temos com o mar. Moçambique está banhado pelo oceano Índico do Norte ao Sul”, explicou Matável.
De acordo com Joaquim Matável, o diferencial desta adaptação à moda moçambicana é a performance, a união do movimento do corpo e a riqueza textual num só conjunto.
Com esta iniciativa, cria-se a possibilidade de união entre grupos pequenos de teatro a grandes companhias
“É possível que grupos pequenos como o nosso mantenha relações com grandes companhias, com encenadores renomados como João Garcia Miguel”, reiterou Joaquim Matável.
A peça será interpretada por actores da companhia Girassol, de grupos de teatro amadores e estudantes de teatro da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, trazendo como diferencial a dança corporal e muita performance.
Pretende-se que o projecto iniciado em Moçambique chegue a Portugal, Brasil e a outros países africanos falantes da língua portuguesa. Pois vai contribuir para criar maior aproximação entre as culturas e em especial os artistas.