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Vítimas do terrorismo em Cabo Delgado pedem segurança ao Presidente da República

Algumas vítimas dos ataques terroristas nos distritos a norte da província de Cabo Delgado estiveram frente a frente com o Presidente da República e a ele manifestaram o desejo de regressar às suas casas, devido ao sofrimento a que estão sujeitos nas zonas de refúgio, mas para tal pedem para que Filipe Nyusi crie condições de segurança.

O pedido foi feito na última sexta-feira, no centro de acomodação de deslocados de Metuge, onde o Chefe de Estado esteve para uma visita de solidariedade.

“Senhor Presidente, queríamos saber quando essa guerra vai acabar, porque queremos voltar para as nossas casas”,  questionou um dos cidadãos deslocados, durante a visita pelo Presidente da República.

O contacto entre os deslocados e Filipe Nyusi foi breve. Outro deslocado da sua comunidade, em Cabo Delgado, disse: “aqui estamos a passar mal com a fome e estamos parados, sem fazer nada. Mas se estivéssemos nas nossas aldeias estaríamos ocupados com nossas machambas e não teríamos problemas de fome”.

Ademais, o mesmo cidadão explicou ao Chefe de Estado que a permanência da população em zonas de origem permitiria “o cumprimento da iniciativa presidencial para agricultura”, segundo a qual “uma família um hectare”, no sentido de “aumentar a produção agrícola”.

O cidadão concluiu a sua intervenção com um pedido a Filipe Nyusi: “Senhor Presidente, estamos a pedir segurança para voltarmos às nossas casas e recomeçar as nossas vidas”.

Na ocasião, o Chefe de Estado reconheceu a preocupação das vítimas do terrorismo e a gravidade dos efeitos sociais da insegurança na província de Cabo Delgado, mas pediu paciência e garantiu que haverá uma solução para o conflito que já provocou mais de 200 mil deslocados.

“Viemos  visitar-vos porque estamos preocupados convosco. Neste momento, estamos a criar condições para vocês regressarem às vossas casas. Mas se acharem que é melhor ficar aqui, poderemos abrir centros de reassentamento”, explicou Filipe Nyusi.

O Presidente da República deixou também uma mensagem de esperança para os deslocados e para toda a população da província que há cerca de três anos vive aterrorizada.

“Esta é uma guerra que vem de fora, movida por pessoas que nos querem dividir e ficar com o que o vosso distrito, a vossa província e o vosso país têm. Mas, os nossos jovens (as Forças de Defesa e Segurança) estão a trabalhar noite e dia e já descobriram  uma das bases do inimigo,  que eles chamam de Síria, localizada em Cajembe, distrito de Quissanga. Estamos a fazer de tudo para repor a segurança e permitir o vosso regresso às vossas casas”, tranquilizou Filipe Nyusi.

Além de paciência e coragem, o Chefe de Estado pediu  o reforço da vigilância e orientou ao governo local a  empenhar-se na assistência social dos afectados pelos ataques terroristas e na reposição da segurança, para permitir a normalização da vida social e económica da província  e da população.

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