O Presidente da República, Daniel Chapo, apelou este domingo à união, reconciliação e perdão entre os moçambicanos, sublinhando que o diálogo nacional em curso “não é um diálogo político, é diálogo entre irmãos moçambicanos, é diálogo para o desenvolvimento”. O Chefe do Estado falava durante as cerimónias do 25.º aniversário da fundação do Ministério Evangelho em Acção (MEA), realizadas no distrito de Matutuíne, província de Maputo.
Na sua intervenção, Daniel Chapo começou por expressar gratidão a Deus pela vida e pela oportunidade de partilhar a celebração com os fiéis do MEA.
“Quero em primeiro lugar agradecer a Deus, que nos permitiu estar aqui hoje, porque temos muitos irmãos no mundo que podiam estar connosco hoje, mas não puderam estar porque Deus assim quis. E nós estamos vivos e aqui presentes não porque somos mais espertos, não porque somos mais inteligentes, é pura e simplesmente pela graça de Deus”, afirmou.
Criado a 9 de Outubro de 2000, o MEA celebrou um quarto de século de existência sob o lema de fé, missão e serviço à comunidade. O Chefe do Estado elogiou a dedicação da igreja, destacando o seu papel na promoção da paz espiritual e social em Moçambique.
O Presidente recordou aos fiéis que a Bíblia deve ser o guia da vida cristã e da convivência entre os moçambicanos. “Quero relembrar aos membros do MEA que o seu guia da vida é a Bíblia Sagrada. E todos nós que cremos em Deus e como cristãos é o nosso guia”, afirmou, antes de ler uma passagem do livro de Josué, que inspirou a principal mensagem do seu discurso.
“Depois que Moisés, servo do Senhor, morreu, o Senhor falou a Josué, filho de Num, dizendo: Moisés, meu servo, está morto. Prepare-se agora e passe este rio Jordão […]. Seja forte e corajoso, porque você fará este povo herdar a terra sobre o juramento que prometi dar aos pais dele […]. Não cesse de falar deste livro de lei […]. Então você prosperará e será bem-sucedido”, leu o Chefe do Estado.
Inspirando-se nesta passagem, o estadista moçambicano comparou a travessia do povo de Israel à libertação de Moçambique do domínio colonial. “Tal como Moisés, que foi um líder escolhido por Deus para resgatar e salvar o povo de Israel do Egipto, nós como moçambicanos também passamos pelo mesmo período […]. Fomos colonizados e vivíamos também a escravatura”, observou, sublinhando que Deus continua a realizar milagres na história dos povos.
O Presidente da República destacou que a caminhada rumo ao desenvolvimento requer fé, coragem e tolerância, mesmo perante as divergências. “Entre nós, moçambicanos, também temos esse tipo de pessoas [que duvidam]. Mas é nossa tarefa, nós que cremos em Deus, não abandonar essas pessoas. Moisés não abandonou o seu povo, mesmo aqueles que murmuravam, continuou com eles”, afirmou, defendendo uma liderança inclusiva e paciente.
Além disso, o governante reforçou que o diálogo nacional representa um caminho de comunhão e esperança, não de confronto político. “De coração aberto e franco, sem ódio, sem violência, mas em harmonia, em paz e comunhão entre irmãos […], porque está escrito que a grande mensagem que Cristo deixou é: Amai-vos uns aos outros”, declarou, apelando à consolidação da paz e à reconciliação entre moçambicanos.
No encerramento do seu discurso, o Chefe do Estado encorajou os fiéis a manterem a oração e a fé como instrumentos de transformação.