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Uma noite vestida de música sentida na alma da gente! 

Em maio a “malta” reuniu-se para celebrar os tantos anos de Kapa Dech, uma viagem na esteira da noite que se fez nostálgica e imersa nas vozes delicadas de Cizequiel & Roberto Isaías. Com uma plateia vestida de saudades de um tempo não muito distante, percorremos,  juntos, os álbuns Katchume lançado em 1998 e Tsuketani lançando em 2001.

O tempo foi passando e se me era difícil escrever estas linhas, aquela sensação de que é preciso apurar e deixar decantar o que se sente porque as vozes, os gestos, as vibrações da plateia e o toque de cada membro da banda, ainda se faziam ouvir suavemente em minha mente, e acredito que também,  na mente de todos que por ali estiveram para saudar a vida e obra de uma banda que cantou moçambique e a sua gente.

Mais do que cantar e tocar a música, os Kapa Dech, cantaram e tocaram a alma da gente, com vozes teleguiadas no tempo e um painel luminoso por traz, com as imagens dos que partiram, elevaram a dimensão do significado da palavra “_ companheirismo _”, exteriorizando as vivências e as memórias que compõem  os percursos que nos abraçam fazendo o poema da vida.

É verdade que “as estrelas não brilham durante o dia”, elas precisam da noite para remover com sua sabedoria a mancha do invisível. Na noite de 16 de Maio de 2025, o coração de maputo foi preenchido por estrelas que iluminam as notas que fazem a musicalidade da alma descalça do nosso povo, foi um musical com timbres vocais de outros tempos e que emergiram da periferia para os grandes centros urbanos onde hoje abrimos o coração para dizer obrigado Kapa Dech, pela música, pelo significado e pelo beijo mulato da noite no aroma dos lambirintos dos nossos bairros.

 

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