A Embaixada de Moçambique, no Qatar, em parceria com a Katara Cultural Village Foundation, inaugurou, este domingo, a exposição individual do artista moçambicano Sebastião Coana, intitulada “Ecos da Terra”, que estará patente até 12 de Julho na prestigiada Galeria Katara.
Composta por 18 obras inéditas, a mostra mergulha nas raízes identitárias do artista, evocando as paisagens, sons e silêncios da sua terra natal, Moçambique.
A exposição de Coana insere-se nas celebrações dos 50 anos da Independência de Moçambique e dos 31 anos de relações diplomáticas com o Estado do Qatar, sendo um momento de afirmação do diálogo cultural entre os dois países.
Como gesto simbólico, Coana deixa também um mural permanente nas instalações da Katara, representando uma ponte artística entre os povos de Moçambique e do Qatar tornando-se um dos artistas internacionais seleccionados a ter sua obra naquele espaço.
Sebastião Coana, reconhecido internacionalmente por sua linguagem vibrante e pelo seu compromisso com causas sociais e culturais, reforça com esta exposição o papel da arte como instrumento de diplomacia, identidade e conexão entre nações.
Segundo Isac Mamudo Massamby, Embaixador de Moçambique no Qatar, “esta exposição é um projecto que resulta da parceria com Katara Cultural Village para contribuir nas trocas culturais entre Qatar e Moçambique, fortalecendo a relação existente”.
Sebastião Coana é um artista cuja prática multidisciplinar abrange pintura a óleo, arte urbana, escultura e instalações públicas de grande escala. Nascido no distrito da Manhiça, a sua infância foi marcada pelos efeitos do pós-guerra civil, despertando nele um profundo compromisso com o desenvolvimento social e o empoderamento comunitário.
A trajectória artística de Coana teve início em 1995, e em 2000 integrou o programa juvenil de iniciação artística no Museu Nacional de Artes, em Maputo. Mais tarde, prosseguiu a sua formação na China Central Academy of Fine Arts (CAFA), em Pequim, onde se graduou em Arquitectura em 2012.
As suas obras caracterizam-se por texturas intensas, cores vibrantes e uma profunda ligação à vida quotidiana. Seus temas recorrentes incluem o amor, a resiliência, a memória e a justiça social.