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Viciações no processo de exames de condução preocupam INATRO

A persistente falsificação de documentos, corrupção e viciação de processos continuam a preocupar as autoridades moçambicanas do sector de transporte rodoviário, especialmente nos exames de condução.

Na semana passada, dois jovens foram detidos na cidade de Maputo ao tentarem realizar, de forma fraudulenta, exames teóricos para obtenção de carta de condução de veículos de carga. A tentativa ocorreu nas novas instalações da Direção de Transporte da Cidade de Maputo e foi frustrada graças à vigilância apertada dos examinadores.

Os detidos agiam com aparente experiência, dando sinais de que não era a primeira vez que se envolvem nesse tipo de esquema. O Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INATRO) afirma que “a fraude foi identificada durante a comparação das fotografias fornecidas com os documentos apresentados, o que permitiu evitar a emissão irregular da carta de condução.”

O INATRO reconhece que estas práticas criminosas resultam de fragilidades em algumas escolas de condução. A instituição admite que, embora o crime se manifeste nos seus exames, o problema pode originar-se fora da sua alçada directa, principalmente no processo de formação dos candidatos.

Para combater a fraude, a instituição está a implementar um conjunto de medidas estruturantes. Entre elas, está a criação de sistemas de monitoramento de todo o processo de exame, com o objectivo de reduzir o contacto directo entre examinadores e candidatos.

“Além disso, está em curso a instalação de centros inteligentes para exames teóricos e práticos. Estes centros utilizarão tecnologia avançada para minimizar a influência humana nos processos de avaliação, assegurando maior transparência e rigor na certificação dos condutores”, disse Claudio Zunguze, administrador do pelouro técnico.

Outro passo importante é a criação de um sistema integrado de emissão de cartas de condução. O objectivo é garantir uma comunicação eficaz entre os diversos sistemas envolvidos desde a inscrição dos candidatos até à impressão das cartas, evitando interferências externas que possam comprometer a legalidade do processo.

Enquanto se aguarda pela implementadas, os indivíduos apanhados a viciar os exames foram punidos com uma suspensão de até 12 meses sem possibilidade de voltar a realizar testes, como forma de desencorajar a prática criminosa e reforçar a integridade do sistema.

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