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Há alunos que estudam em salas precárias desde a passagem do ciclone Idai em Sofala 

Seis anos após a passagem do ciclone Idai, centenas de alunos continuam a estudar em condições precárias, na província de Sofala. A Escola primária de Muavi-2, localizada na cidade da Beira, é exemplo disso, pois as paredes e o tecto da escola correm risco de desabar a qualquer momento.  

Mais de mil alunos da Escola Primária Completa Muavi -2, localizada na cidade da Beira, estudam em condições deploráveis, desde Março de 2019, um dia depois do ciclone Idai ter destruído parte daquela infra-estrutura.

De lá para cá, as condições de ensino e aprendizagem foram piorando por conta da passagem de outras intempéries, deixando a escola Muavi-2 em estado precário.

Teresa Francisco  tem quatro filhos que estudam naquela escola e reclama do estado da instituição. “Isso aqui, desde o Idai está assim mesmo”, disse. 

Porque não têm recursos suficientes para reabilitar ou reconstruir a infra-estrutura, alunos e professores usam-na mesmo com o risco iminente de desabamento das paredes e tectos. 

Uma das professoras da escola lamentou a precariedade e a maneira como as aulas são leccionadas. A Professora explicou que “graças aos esforços da direcção da escola e alguns membros da comunidade, a situação está a ser minimizada”, mas ainda assim reclama da influência negativa da precariedade no processo de ensino.

“Até alguns alunos acabam pedindo transferência para uma escola mais próxima que está um pouco organizada, porque nesta situação que estamos… mesmo as carteiras que temos, o director tinha que recuperar … nessa época chuvosa que estamos é difícil dar aulas”, disse Ângela Garido, professora. 

Uma pequena alteração climatérica obriga alunos e professores a se aconchegarem no ponto mais seguro de uma sala ou a interromper as aulas. Os encarregados de educação estão apreensivos pelas condições da escola e chegam a acompanhar os filhos às aulas e permanecem até ao fim das mesmas. 

O sector da educação está ciente das dificuldades que os alunos e professores do Muavi-2 estão a enfrentar, assim como da apreensão dos encarregados de educação, mas apela à calma e compreensão. Luís Meno,  Director da Educação  em Sofala explica ainda que, após a passagem do ciclone Idai foram destruídas cerca de 2 700 salas de aulas  e faltam agora reconstruir cerca de 900.  

“Para o caso da escola de Muavi, não significa que ela foi esquecida, mas houve outras com danos muito maiores e depois houve um conjunto de acções feitas (…) já houve até caso de um parceiro que foi contactado pelo Governo e mostrou disponibilidade”, explicou   Luís Meno.  

E em relação à reabilitação de infra-estruturas escolares e no âmbito da reconstrução pós-Idai, foi oficialmente entregue, na sexta-feira, depois de ser inaugurada pelo governador de Sofala, a Escola secundária de Estoril. Uma infra-estrutura resiliente a ventos fortes e com laboratórios de Biologia, Química e Física.

A Escola possui ainda bibliotecas e as salas de aulas apetrechadas com carteiras.

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