O urgente e o remanescente a fazer-se aquando da actual crise pós-eleitoral em Moçambique
Quando os que têm poder de mudar um país passarem a olhar para os artistas, em geral, mas, sobretudo, os de permanente ou pontual intervenção social, e os virem não como uma ameaça mas sim como um aviso, evitar-se-ão fenómenos como os que hoje se vivem em Moçambique.
Azagaia é um grande exemplo. É verdade que o é sem deixar de ser um exemplo: há muitos outros artistas, nas mais diversas áreas da arte, que muito fizeram e/ou fazem por um Moçambique cada vez mais justo, embora muitos o tenham feito e/ou o façam de forma
indirecta, contudo sempre verdadeira! Mas a diferença de Azagaia está na audácia, está na
ousadia que o caracteriza e que lhe confere notoriedade e, por conseguinte, popularidade! Por isso redigo: Azagaia é um grande exemplo.
A arte, quando bem manejada, é, em contexto de indignação ou até de revolta, uma das formas mais pacíficas e, inclusive, encantadoras de manifestação! Portanto, que se ouçam os artistas e que se apliquem as suas ideias, a partir das ideias que, no mínimo, sejam proveitosas.
Mas isso dos artistas e das artes é para depois… é para quando finalmente estivermos todos aliviados da actual tensão. Por agora, e antes da afamada e controversa ideia de diálogo, tem de haver, primeiramente, oração – reconhecimento a Deus, o Todo-poderoso; posto isto, é tolerância o que deve reinar entre todas as partes envolvidas nesta crise. Esta tolerância trar–nos-á paz, e só em paz poderemos pensar no que ademais pretendamos; por fim, é também urgente que não se perca o foco no primordial e final objectivo, o qual, suposta e resumidamente, é tornar Moçambique um país justo ou mais justo.
11/12/2024