A economia do Botswana está em má situação, disse o vice-presidente e ministro das Finanças, Ndaba Gaolathe, ao seu parlamento – mas com trabalho árduo e medidas, por vezes, desconfortáveis, a nova administração pode limpar a confusão “indesejável” que herdou, escreve a News24.
Sob o antigo partido no poder, o Partido Democrático do Botswana (BDP), o Governo tem gasto muito acima das suas possibilidades, disse ele, com despesas equivalentes a cerca de 11 mil milhões de rands, por mês, enquanto as receitas foram de cerca de 2,65 mil milhões de rands.
O Botswana já tinha passado por tempos difíceis antes, afirmou Gaolathe, inclusive durante a pandemia de Covid-19, mas nada parecido com o risco económico que agora enfrenta.
“Na verdade, com esse tipo de hemorragia financeira, este caminho leva a uma implosão financeira de uma magnitude como este país nunca experimentou”, disse o vice-presidente do Botswana, citado pela News24.
Durante o seu primeiro discurso ao público, o Presidente Duma Boko destacou que a contabilidade do país não estava em boa situação, especialmente porque a principal fonte de rendimentos do país, a indústria dos diamantes, não estava a ter um bom desempenho.
Revivendo a economia
Este ano, a economia poderá contrair 1,7%, em vez da previsão de crescimento de 4,2%, que era esperada quando o antigo Governo apresentou a sua declaração orçamental em Fevereiro.
O plano de recuperação de Gaolathe é simples: ele quer uma “economia moderna, profunda, diversificada e focada na exportação que gere oportunidades de altos salários”.
Uma das principais áreas identificadas pela nova administração são as empresas estatais, a maioria das quais tem um mau desempenho, infestadas de corrupção e fugas, refere a publicação sul-africana.
Ele destacou a companhia aérea nacional, Air Botswana, como uma instituição que precisava de trabalho imediato.
“É claro que o moral do nosso sistema governamental do Botswana está baixo”, disse ele.
A África do Sul é o maior parceiro comercial do Botswana na região. Nos últimos dois anos, sob o antigo presidente Mokgweetsi Masisi, o Botswana proibiu as importações de vegetais da África do Sul, para proteger a sua indústria local.
No entanto, o novo Governo procurará melhorar as relações com a África do Sul. O Botswana quer ser um exportador líquido de electricidade e a África do Sul é um mercado potencial.
“Estamos a fazer progressos admiráveis na reparação das nossas relações com a África do Sul e esperamos até convencê-los a ser um mercado importante para o nosso sector de energia eléctrica”, disse Gaolathe.