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Maxaquene e Chamanculo tem focos de imundice

Foto: O País

Há cerca de um mês que o Município de Maputo não recolhe o lixo, em alguns bairros suburbanos da cidade de Maputo. Os munícipes queixam-se do cheiro nauseabundo, moscas e mosquitos, que surgem devido ao acúmulo de resíduos sólidos.

Maxaquene, Mavalane, Chamanculo e tantos outros bairros têm, nos últimos dias, algo em comum: o lixo e a imundice em abundância.

O cenário se assiste um pouco por toda a cidade de Maputo, sobretudo nos bairros suburbanos. Muito lixo amontoado, o que significa que há algumas semanas que o lixo não é removido. Quem por lá passa é quase impossível não tapar o nariz devido ao forte cheiro nauseabundo que é exalado pelo lixo.

Para além do cheiro, as moscas que pousam nos resíduos, depois dividem-se entre as salas de aula da Escola Primária de Maguiguana, no bairro de Maxaquene e as casas das famílias que têm o lixo como montra.

“Pedimos que retirem este lixo. Bloqueia a entrada da escola, do outro lado ocupou (o lixo) uma parte do quintal de um senhor, o alfaiate. Nos quintais, não conseguimos ficar, por causa das moscas. A cólera pode partir deste lixo. E se chover, como será? As moscas pousam na comida, obrigando-nos a despejar, para evitar doenças. Por isso, pedimos ajuda. As crianças costumam brincar nesse lixo, depois, sem lavar as mãos, comem alguma coisa, com risco de adoecer”, Leonora Tembe.

Os munícipes dizem que o lixo não é recolhido há mais de um mês. O mesmo ocorre em frente aos armazéns do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, em Maxaquene.

Lúcia Cumbe desabafou: “não dormimos por causa dos mosquitos. Duas residências são directamente afectadas. Mesmo o vizinho só comercializa produtos por ser seu negócio. Não sabemos o que está a acontecer. Já vieram várias vezes, mas só observaram e vão embora”.

A idosa, Caldina Malumane, disse, “quando tomamos pequeno-almoço temos que acender dragão (repelente), no jantar, fazemos a mesma coisa. Mesmo nos nossos quartos dependemos do repelente. Não é possível passar qualquer refeição sem acender o repelente, devido a quantidade de moscas. Aqui, transformou-se em lixeira”.

Outro lugar que se parece com uma lixeira localiza-se nas proximidades do campo de Zixaxa, no bairro Chamanculo, mas uma lixeira diferente. Por lá, apesar de o lixo estar amontoado e fora dos contentores, há uma aparente organização o que significa que foi organizado para ser transportado para a Lixeira de Hulene. Agora, o que preocupa é que só o lixo organizado é recolhido e o do chão mantém-se.

No Terminal Rodoviário da Junta, por exemplo, os contentores estão praticamente vazios e os munícipes contam que tal se deve ao facto de a edilidade recolher apenas o lixo colocado no interior do contentor.

“E nós estamos a passar mal de moscas, esse lixo aqui provoca moscas que entram nas nossas casas como somos vizinhos daqui. Temos que amarrar água nos plastiquinhos para afugentar as moscas.

Sem gravar entrevista, os responsáveis pelo transporte do lixo dizem não estar a tirar o lixo do chão para os contentores devido à falta de pagamento de subsídios, já há cinco meses.

Enquanto não se recolhe o lixo em alguns pontos do Município de Maputo a solução encontrada pelos munícipes é queimá-lo.

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