O artista plástico Butcheca inaugurou, esta quarta-feira, a sua mais recente exposição individual. Intitulada “Abraçar o caos”, a mostra pode ser visitada até 16 de Novembro, no Camões, Cidade de Maputo.
A noite fresca de quarta-feira foi uma excelente oportunidade para artistas, curadores, professores, diplomatas e apreciadores de diferentes expressões culturais juntarem-se na sala de exposições do Camões – Centro Cultural Português em Maputo. Logo à entrada, uma azáfama.
Por todo o lado, viam-se interessados em apreciar as telas Butcheca, não obstante o espaço diminuto para o efeito, devido à adesão do público.
Bem antes de a sessão (formal) de inauguração se iniciar, amigos que não se viam há muito tempo aproveitaram a ocasião para abraçar o caos de Butcheca, entre sorrisos e muita interpretação. Também por isso, os discursos tardaram a iniciar-se. Afinal, a todo o instante, as pessoas não paravam de chegar. No entanto, bem perto das 19 horas, a conversa entre os visitantes da nova individual do artista plástico foi adiada para mais tarde, pois o embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, tomou o microfone para partilhar com os convidados o que a mostra naquela sala do Camões significa para si.
Em primeiro lugar, António Costa Moura sublinhou que a arte não reconhece fronteiras. Pelo contrário, é das coisas que mais aproximam as pessoas, independentemente do lugar onde se encontram. E sugeriu mais, uma individual como “Abraçar o caos”, de Butcheca, tem um papel fundamental no desenvolvimento social, até porque estimula a criatividade e a empatia. Por isso, o Camões apoia a arte por também encontrar nessa manifestação uma forma de desenvolver o Homem ao nível intelectual e emocional.
Para o embaixador de Portugal em Moçambique, Butcheca é um artista cuja obra facilmente atrai os apreciadores de arte, porque a sua pintura é cativante e provoca emoções que só a arte de grandes artistas é capaz.
Na sua breve intervenção, Butcheca explicou que “Abraçar o caos” é uma exposição que resulta de inquietações constantes. Há 14 anos que o artista projectou fazer uma exposição do género. No entanto, só quando, ano passado, recebeu uma visita, no seu atelier, em KaTembe, do embaixador de Portugal em Moçambique, do então conselheiro cultural João Pignatelli e do antigo Ministro das Finanças de Portugal é que se fez luz. Nessa visita, Butcheca foi convidado a expor no Camões e o artista aproveitou a proposta para recuperar uma ideia de exposição antiga.
Sem facilidades, o artista começou a trabalhar na individual este ano, esmerando-se em apresentar propostas diferentes ao público que, esta quarta-feira, encheu a sala de exposições do Camões.
Quem também interveio na sessão de inauguração foi o professor universitário Régio Conrado, para quem a obra de Butcheca se destaca em termos filosóficos e com as máscaras como importantes elementos de representação. Segundo disse, o artista é disruptivo e consegue estimular as pessoas a questionarem sobre o sentido do Homem com os problemas do seu tempo.
“Abraçar o caos”, de Butcheca, pode ser visitada até 16 de Novembro, de segunda a sábado, entre as 10h e as 17h.