Falta do livro escolar, turmas numerosas, dívidas de horas extras e baixos salários, estão entre as principais reclamações dos professores, neste dia em que a classe celebra o 12 de Outubro.
As lamentações da classe foram feitas na Praça dos Herois em Maputo, após a deposição de coroa de flores.
Segundo os professores, a classe até passa por uma boa formação, mas faltam condições para melhor transmitir conhecimento e isso vai afectar negativamente a qualidade de ensino.
“Hoje, por exemplo, estamos quase no fim do ano e estamos a trabalhar sem o livro escolar, sem esses materiais é difícil ter os resultados desejados. Eu dou a terceira-classe na Escola Primária do Alto-maé e não temos livros ainda, só estamos a trabalhar, só”, lamentou, a professora Ester José.
A preocupação é multiplicada por tantos outros professores, mas há outras preocupações, que afectam também, que lecciona no ensino secundário. A falta de laboratórios equipados e bibliotecas.
O Secretário-Geral da Organização Nacional dos Professores (ONP) Teodoro Muidumbe, disse que a classe, sonha com dias em que as suas condições de trabalho serão melhoradas, que os professores terão melhor integração nas carreiras profissionais e melhores salários.
“Esta profissionalização que a política do professor apregoa deve ser implementada, mas também já estão a passar cinco anos desde que a ONP se transformou de Organização para Sindicato mas o governo ainda não reconheceu esse sindicalização embora exista a lei e ainda não temos nenhuma explicação, mesmo com o diálogo permanente que temos tido”, lamentou.
Outra reclamação, tem que ver com as horas extras, que levou centenas de professores a entrarem em greve, por conta das dívidas que o governo tem para com eles. Muidumbe disse que o governo não se abre para fornecer os dados e dar informações em torno do assunto.
O governo que lá esteve, representado pelo Vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Manuel Bazo, reconheceu que parte dos problemas, como as horas extras, só pode ser resolvida com a redução do rácio aluno-professor, que, neste momento, a média é de 65 alunos por professor.
“Esta situação resolve-se gradual e progressivamente, isto implica a construção de mais salas de aulas, formação e admissão de mais professores e o incremento da quantidade de material escolar”.
O vice – ministro garante que o pagamento das horas extras em dívida ainda está em curso e garante que todas as dívidas serão pagas.
Mesmo com dificuldades a classe garante de tudo fazer para ensinar seus alunos e é gratificante ser professor e não há dinheiro que pague, por isso, pedem que sejam reconhecidos.