O Presidente da República dirigiu, este sábado, as cerimónias centrais de celebração dos 50 anos da assinatura dos Acordos de Lusaka. O acto começou com a deposição de uma coroa de flores, na Praça dos Heróis da Cidade da Matola. De seguida, no Campo de Matchedje, localizado no Bairro de Infulene, Filipe Nyusi orientou a imposição de insígnias e títulos honoríficos a distintos cidadãos nacionais. São os casos da Ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo, Ordem Eduardo Mondlane Segundo Grau; e da Presidente da Assembleia da República, Esperança Bias, Ordem Samora Machel Segundo Grau.
Falando aos convidados, Filipe Nyusi afirmou que 7 de Setembro contribuiu para o desenvolvimento da sociedade moçambicana em diversos sectores, designadamente: educação, saúde e infra-estruturas. E mais: “Comemoramos uma das causas que contribuiu para a nossa independência”, disse, realçando que 7 de Setembro permitiu a igualdade entre homens e mulheres, o que no período colonial era impossível.
O Presidente da República lembrou aos convidados que, ao longo dos últimos 50 anos, os moçambicanos enfrentaram muitos desafios, entre os quais conflitos armados e desastres naturais. No entanto, nada dessas adversidades políticas, sociais ou ambientais comprometeram a unidade nacional. Pelo contrário, Moçambique seguiu o seu percurso como uma nação determinada, com os referidos avanços na educação, saúde e nas infra-estruturas, o que, para Nyusi, testemunha o trabalho árduo do povo.
Apesar dos avanços alcançados, Filipe Nyusi reconhece que há muito por se fazer, o que será possível graças a uma mentalidade prática. “Não somos homens de teorias, mas de fazer o que o povo precisa. O desenvolvimento tem de se fazer com actos”.
No seu discurso, Nyusi enalteceu o trabalho realizado pelo antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, enquanto líder do Governo de Transição, constituído na sequência dos Acordos de Lusaka. Para Nyusi, Chissano preparou o caminho para proclamação da independência nacional.
Aos antigos combatentes da luta de libertação nacional, Filipe Nyusi manifestou gratidão e admiração. E disse que foi por essa razão que o seu Governo tem desenvolvido um conjunto de acções para reconhecer os antigos combatentes. Até aqui, milhares de antigos combatentes foram condecorados; milhares de filhos de antigos combatentes se beneficiaram no ensino geral; e milhares de novas pensões foram concedidas. “A nação se curva em sua reverência”, disse, sublinhando que “Todos os que passaram pela epopeia da luta armada têm direito a uma medalha”.
Nyusi não se esqueceu do combate ao terrorismo em Cabo Delgado. Agradeceu a todos os envolvidos e disse ainda que os antigos combatentes inspiram essa luta por um país próspero.
Aos concorrentes às eleições gerais de 9 de Outubro, Nyusi apelou civismo e urbanidade até aqui demonstrada, e que todos continuem a assumir uma postura que dignifica os moçambicanos. O Presidente da República apelou para a adesão massiva às urnas.
A cerimónia de celebração dos 50 anos dos Acordos de Lusaka contou com a presença do Presidente do Governo Revolucionário de Zanzibar, Hussein Ali Mwinyi, que participou na qualidade de Convidado de Honra do Chefe do Estado moçambicano. Para Nyusi, a presença do Presidente Hussein Ali Mwinyi testemunha a solidariedade entre os povos moçambicanos e tanzanianos.