O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é o grande entrevistado da Stv, esta noite. Segundo o candidato a Presidente da República, caso seja eleito a 9 de Outubro, vai investir na segurança nacional, na defesa, na educação e na saúde, pois só assim se pode servir o cidadão com eficácia e eficiência. Para o efeito, Simango fala de “reduzir gorduras” do Estado, pois sem educação não se pode ter uma geração com domínio na técnica e no conhecimento.
“No desenvolvimento da educação, temos de contar com os parceiros do Estado. Estamos a falar da educação do ensino primário e secundário e estamos a pensar na construção de duas mil escolas durante os cinco anos de governação. Vamos retirar o dinheiro do Fundo Soberano. Vamos convidar as confissões religiosas para a educação, aumentar escolas, apetrechar escolas e investir em professores com capacidade técnica para transmitir conhecimento. O sector privado está a fazer o seu trabalho, mas nós, como governo, estaremos preocupados com o sector público. A nossa concentração será a educação primária e secundária”.
Em relação aos professores e às preocupações com salários e horas extras, Simango acredita que tais problemas podem ser resolvidos com transparência e combate à corrupção. Esse combate inclui eliminar os cinco mil funcionários fantasmas do aparelho do Estado.
De acordo com Lutero Simango, Moçambique tem uma má qualidade de serviços, pelo que promete uma revisitação de programas que o país tem para a criação de um tribunal de contas, de modo a trazer melhorias. “Não há necessidade de ter os vários fundos existentes, temos de os enquadrar”, para reduzir os custos do Estado.
Simango quer implementar instrumentos digitais-tecnológicos, através de cobranças de impostos e de forma gradual. Em cinco anos, o candidato acredita que consegue ter uma boa base para a afirmação das suas ideias.
Lutero Simango, segundo ele próprio disse, é o candidato mais indicado para garantir a transição de que o país precisa, pois é um político que conhece a história do país, o que é fundamental para não cometer os erros do passado. Um desses erros, conforme sugeriu, é a partidarização do Estado, que, na sua opinião, deve pertencer a todos os moçambicanos. “Ganhando as eleições, não vou admitir que em todas as instituições públicas haja células do MDM. Aquele que promover células em instituições públicas terá de responder”.
Para Lutero Simango, o Estado moçambicano precisa de fazer reformas inadiáveis, de modo a que se garanta a prestação de serviço de qualidade às populações e o desenvolvimento dos moçambicanos.
Uma das medidas de Lutero Simango, se for eleito Presidente da República, é revisitar o dossier sobre a presença das tropas estrangeiras em Moçambique, em particular das ruandesas. Em relação às tropas da SADC, o candidato diz que não tem problemas, porque fazem parte de um pacto regional. No entanto, sobre as tropas de Ruanda, Simango almeja perceber em que circunstâncias e condições permanecem no país. “A presença de uma tropa estrangeira no país é uma ameaça séria para o país no futuro”.
Além disso, Simango promete criar medidas económicas e sociais para as populações de Cabo Delgado, o que implica a criação de condições de educação e emprego.
Simango quer a renegociação dos megaprojectos e estabilidade social. Por isso mesmo, promete fazer com que os mesmos megaprojectos garantam a defesa dos interesses nacionais. “Caso contrário, temos de chamar à razão, renegociar, para garantir a estabilidade social dos moçambicanos”.
O candidato disse, ainda, que a defesa da soberania do país passa por se equipar as Forças de Defesa e Segurança.
Lutero Simango promete isentar actividades culturais de pagamento de taxas
Questionado sobre as suas ideias para Cultura e Desporto, durante a entrevista na Stv, Lutero Simango prometeu que, se for eleito, vai isentar as actividades culturais de todas as taxas no país. “Temos de promover a cultura”, disse o candidato, acrescentando que, no seu entender, o Turismo e a Cultura complementam-se.
Quanto ao Desporto, “vamos apoiar iniciativas individuais e colectivas”. Tal apoio, disse, inclui a atribuição de bolsas de estudos e criação de bom ambiente desportivo, para que todos sejam valorizados.
O Presidente do MDM exortou os moçambicanos a votarem nele, no dia 9 de Outubro, de modo que se faça mudanca. Na sua percepção, só assim se poderá garantir a implementação de reformas, a construção de um país tolerante, com economia participativa e inclusiva.