Mahamat Idriss Déby Itno, filho do antigo ditador do Chade, Idriss Déby Itno, é o candidato favorito nas presidenciais no país. A oposição foi eliminada e as instituições responsáveis pelo escrutínio estão sob controle.
Succès Masra, um antigo opositor ferrenho de Déby, líder do maior partido da oposição, o Les Transformateurs (Os Transformadores), e nomeado primeiro-ministro no início de janeiro, tem vindo a atrair grandes multidões ao longo da campanha e há mesmo quem não exclua a possibilidade do pleito eleitoral vir a ser decidido numa segunda volta, o que seria também algo inédito nas últimas quase quatro décadas de “reinado” da família Déby Itno.
O Chade conclui com as presidenciais de segunda-feira um processo de transição que se arrasta há três anos, na sequência da morte de Idriss Déby Itno, alegadamente morto por rebeldes na frente de combate, em Abril de 2021.
Ao longo deste tempo, uma junta militar formada por 16 generais destituiu o parlamento chadiano; anulou a constituição e simulou um referendo para legitimar uma nova; iniciou um “diálogo interno” que deixou de fora os principais combatentes do regime; eliminou os principais opositores políticos, inclusive fisicamente; e tudo fez para assegurar uma transição “monárquica”, sob um manto de “democracia”, que possa ser aceite pela comunidade internacional.