Em apenas quatro meses, foram desactivadas pouco mais de 160 ligações clandestinas de água em igual número de bairros da cidade e província de Maputo. A informação foi avançada, hoje, pelo Chefe de Fiscalização da empresa Águas da Região de Maputo.
Bairro Luís Cabral, Cidade de Maputo! Este foi o local escolhido pela equipa da Empresa Águas da Região de Maputo para mais uma ronda de fiscalização que começou logo no início do ano (Janeiro).
À entrada do histórico bairro, são visíveis tubos desenterrados. Alguns estão enrolados por plásticos ou mesmo fios elásticos. Já nas casas, os blocos e casinhas com dimensões de capoeira escondem tubos que fornecem, clandestinamente, água a algumas famílias de Luís Cabral. Sem contadores, a água que algumas das famílias consomem, geram prejuízos, atrás de prejuízos à Empresa Águas da Região de Maputo. Só para se ter uma ideia, só no ano passado, houve registo de pouco mais de um milhão de meticais e 35 milhões litros de água perdidos.
Volvidos quatro meses, os resultados da campanha são assustadores. Até aqui, foram desactivados mais de 160 ligações clandestinas em quatro bairros da cidade e província de Maputo.
“Identificamos, não só ligações clandestinas, como também ligações irregulares. São ligações com tubos três-quartos que são feitas a uma distância acima de 130 metros”, explicou Fenias Cutane, chefe de fiscalização da empresa Águas da Região de Maputo, revelando que estas práticas tem repercussões muito negativas nas reparações do património destruído e no fornecimento deste precioso líquido.
Estas desactivações até aqui achadas poderão aumentar. Uma vez que, até por volta das 10 horas desta segunda-feira, haviam sido detectadas quatro ligações no bairro Luís Cabral e o chefe da fiscalização da empresa Águas da Região de Maputo admite a possibilidade destes casos aumentarem.
“A nossa acção não vai terminar tão já. A cada dia que passa encontramos mais casos. Neste bairro (Luís Cabral), não é a primeira vez gente vem. Há três meses tivemos muitos casos e agora estamos cá para fazer uma avaliação e estamos surpreendidos porque encontramos novas situações”, disse Fenias Cutane, com semblante de preocupação. E dessa nova fase de a equipa de fiscalização estima encontrar neste bairro mais de 78 novas ligações clandestinas.
Facto curioso é que, quando os moradores daquele bairro, quando se aperceberam da presença da equipa de fiscalização, abandonam as suas residências e ficam na vizinhança, assistindo os homens da empresa Águas da Região de Maputo a desactivar o esquema.
Contudo, com ou sem a presença dos responsáveis pela casa, a fiscalização procede com a verificação do sistema de fornecimento de água e quando é detectada alguma irregularidade, medidas severas são tomadas: a desactivação do esquema.
“Nós, como empresa, preocupamo-nos muito em pedir o cliente para regularizar. Se as condições da ligação estiveram naquilo que nós achamos que deve ser. Aquelas que colaboram, nós temos que remover e removemos. E essas como vocês (referindo-se aos repórteres) acabaram de ver, vamos ter que remover agora”, sublinhou Fenias Cutane.
Até porque, as ligações clandestinas, além de lesarem a empresa financeiramente, pode colocar em perigo a saúde pública. Mas como? O chefe da fiscalização explica: “Se formos a ver, todas as ligações que foram tem fugas e o tubo soltam a água. A mesma a água que esta a volta do tubo (que suja) penetra nos tubos e, automaticamente, entra nas condutas que podem pessoas que têm ligações legais”, esclareceu Fenias Cutane.
Além de prejudicar, financeiramente, a empresa, o uso clandestino da água faz com que este líquido precioso não chegue a mais pessoas.