Este artigo não é científico, mesmo porque se o fosse teria outro teor. É, sim, um conjunto de opiniões de alguns amigos meus, de alguns autores, articulistas e afins. Todas elas afuniladas e que criam uma minha opinião sobre Feminismo, Machismo e Femismo.
Para começar, encontrei algo que achei interessante, uma frase: “Quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede”. Esta é uma das formas que eu, particularmente, achei para explicar, sobretudo aos homens que temem ao feminismo, que não é nenhuma ameaça a nós. Aliás, é agora que teremos a chance de mostrar que somos mais fortes (ou não) que as mulheres.
Comecemos pelas conversas sobre os hábitos culturais, mormente os meus (recordem-se: isto não é científico e sim opinativo).
Desde os pretéritos, as mulheres foram sendo consideradas inferiores aos homens. Em I Coríntios 11:8 (Bíblia Cristã) dá-se uma explicação como: “… porque o Varão não provém da mulher, mas a mulher, do Varão.” Isto para não dizer que “no início Deus criou o homem e depois, para fazer-lhe companhia, a mulher”.
A sociedade (principalmente a patrilinear que é a minha) sempre procurou pisar ou manter a mulher por detrás do homem. Na minha tradição, em tempos, a mulher tinha legitimidade de convocar uma reunião entre as famílias do seu marido e a sua apenas para saber por que aquele não a batia. Porrada chegou a ser demonstração de amor!
Traição foi sendo tida como uma forma normal de viver dos homens, mas se fosse a mulher merecia ser expulsa. E uma vez expulsa do lar, nós, os maxanganas sobretudo, chamávamo-la Xabuya diabolizando-se-a. Em família, as meninas eram obrigadas a lavar roupa dos irmãos para, assim, aprenderem a cuidar dos seus futuros maridos.
Sexo. Isso era simplesmente para proporcionar prazer ao homem. Nunca às mulheres e se assim alguma delas tentasse proceder, seria chamada “p*ta” e provavelmente estigmatizada. Nem à escola as mulheres eram permitidas ter acesso, supostamente porque seriam malandras – legítima a defesa! Olha o que aconteceu quando elas foram…
Quando algumas mulheres começaram a estudar, os homens criaram uma expressão como: queremos emancipar a mulher. Quanto a mim esta expressão em si já é opressora. Só pode nos emancipar quem é responsável por nós e eu acho que alguns homens nem de si têm a responsabilidade suficiente (como acontece com algumas manas).
Mas elas mesmas procuram mudar o cenário, algumas de forma errada. Procurando tomar o lugar do homem, o que seria criar uma nova luta para o futuro. Surgem então as expressões Machismo e Femismo.
Estes termos são antónimos e sinónimos simultaneamente, pois enquanto um (feminismo) defende que as mulheres são superiores e os homens têm de fazer tudo por elas, sendo que as mulheres vivem “lindas e poderosas” dentro das suas vaidades; o outro (machismo) defende que o homem é superior e que a mulher deve fazer tudo que ele mandar porque é ele que se responsabiliza pela parte financeira da casa e que, portanto, é chefe da família.
Na França e nos Países Baixos, no decorrer do século XIX, surgiu o termo Feminismo e que veio criar uma espécie de equilíbrio, embora no início tenha sido tido como problema, aliás ainda hoje o é.
Mas Nhantumbo (2017) garante que este movimento, quando bem percebido, não defende uma hipervalorização da mulher em detrimento do homem, e sim defende um processo que visa promover o equilíbrio de género a todos os níveis.
Cornell (1998), Humm(1992), Collins e Agnes(2007) citados ainda por Nhantumbo (2017) definem feminismo como um movimento social, filosófico e político que tem como meta fundamental alcançar direitos iguais e uma vivência humana, por meio do empoderamento feminino e libertação de padrões opressores baseados em normas do género.
Li mais alguns autores, mas para não tornar o texto mais extenso e menos atraente vamos pular para a outra fase. E antes quero dizer que para efeitos deste artigo, consideramos feminismo um movimento social, político e filosófico que consiste na criação duma sociedade justa e que procura dar valor às pessoas de acordo com o que elas fazem e não com o seu género. Ninguém nasce maior ou melhor que o outro. É uma questão de justiça!
Nestas lutas todas, algumas mulheres acabaram tomando lugares importantes na sociedade. Embora tenham sido, a maioria, atribuídos esses lugares pelos homens por diversos meios.
A questão que coloco é: O desempenho das que ocupam grandes cargos está a honrar a todas as mulheres que diariamente postam algo no Facebook sobre feminismo? Faz valer o objectivo daquelas que em qualquer lugar quando são chamadas a serem oradoras falam do feminismo? De todos aqueles que arriscam a sua masculinidade (já que só é macho quem é machista na sociedade) para defender este movimento?
Temos de aceitar que não. Se algumas das mulheres que estão onde estão não foi pelo brilho do feminismo nem delas e sim porque usaram-se da fraqueza masculina. É verdade. Algumas ministras, directoras nacionais, provinciais ou locais e executivas são o que são porque deram até o símbolo químico de cobre para chegar lá. Mas honestamente, acho que cada um tem que usar a arma que tem para alcançar os seus objetivos – sem querer ser maquiavélico. Mesmo porque entre nós também há gigolôs.
Mas atenção, that’s not the point. Para mim, é uma fraqueza pensar que se é superior só porque é-se homem. Quer dizer, se eu te retirar o seu sexo ficas sem nenhum valor? Ou por outra, pensar que tu podes ter e chegar onde quiseres porque tens um orifício entre os membros inferiores. Ou por que motivo mais?
Cada um que prove seu valor, o que se não lhe pode fazer é vedar as portas. Deixemo-las entrar e daí é uma questão de objectivos pessoais a serem ou não alcançados.
Não é doloroso ter de poupar mil meticais para dois dias de comida na mesma em casa, sabendo que a tua mulher tem dois mil, mas por seres macho não te podes sujeitar a “comer o suor dela”? Se tiverem os dois os mesmos direitos e deveres, a tua mulher paga também as contas da casa e assim pode restar algum para tomar umas duas com amigos.
Eu sou contra a camuflagem das qualidades das pessoas por conta de ideologias absurdas como o machismo e femismo. Não sejamos iguais, tenhamos acesso ao que quisermos!