Dados da direcção de Saúde da Cidade de Maputo, indicam que no primeiro semestre de 2017, 67 pessoas das quais 17 recém-nascidos, foram abandonadas nas unidades sanitárias. O maior número de casos de abandono registou-se no Hospital Psiquiátrico de Infulene. Os dados são preocupantes, na medida que representam um aumento de 19 por cento dos casos comparativamente a igual período de 2016.
Os idosos e os recém-nascidos são os mais afectados. E porque não podem fazer do hospital as suas casas acabam sendo encaminhados a centros de acolhimento. A reintegração dos abandonados chega a custar ao Estado cerca de um milhão e trezentos mil meticais por ano.
A intenção de abandonar um paciente no hospital começa logo a sua chegada a unidade sanitária. Não raras vezes, os acompanhantes fornecem dados falsos no preenchimento das fichas de aceitação.
Para os especialistas na avaliação dos comportamentos sociais, a falta de condições financeiras não é razão suficiente para que as famílias abandonem os seus doentes nas unidades sanitárias. E a explicação para o fenómeno pode ser encontrada na perda do valor do cuidado.
A melhoria dos mecanismos de registo e controlo, a mudança de comportamento e a responsabilização são alguns caminhos a percorrer para redução do abandono de pacientes nas unidades sanitárias.