Há avanços no combate ao terrorismo nas províncias do Niassa e Cabo Delgado, segundo anunciou, esta quarta-feira, o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, que apelou para a cautela no regresso das populações às zonas libertadas.
Este pronunciamento ocorre numa altura em que se fez anúncio da extensão do período de permanência da força regional em Estado de Alerta em Moçambique, para continuar a dar suporte a Moçambique no combate ao terrorismo, que para além de Cabo Delgado, já se alastrou para a província de Niassa e há suspeitas de existência de focos em Nampula, apesar de as autoridades não confirmarem.
Nesta quarta-feira (12), o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume diz que há cada vez mais avanços no combate ao terrorismo no norte do país.
“A situação está a evoluir positivamente, em Cabo Delgado e, posso dizer com muita certeza, que em Niassa também. Naturalmente que continuamos a ter desafios de propiciar que naqueles distritos haja zero incidentes ligados ao terrorismo. A verdade é que vamos levar algum tempo para termos uma total paz na província de Cabo Delgado”, referiu Cristóvão Chume.
Com a recuperação destas zonas, o Governo, através das suas várias instituições, terá que criar condições para o retorno das populações às zonas de origens, com destaque para o restauro da ordem e tranquilidade pública, construção de vias de acesso, Hospitais, Escolas e outras instituições de serviços básicos.
“Podemos garantir que as Forças de Defesa Nacional, força regional em Estado de Alerta da SADC e do Ruanda estão a fazer de tudo para que possamos colocar o terrorismo fora do território moçambicano”, disse o ministro, tendo acrescentado que “o objectivo desta força é garantir o regresso da vida normal das populações às zonas recuperadas”.
O ministro da Defesa Nacional disse ainda que, apesar destes avanços, é preciso que haja cautela.
“Por enquanto, vamos escutar a mensagem das FDS. Quando elas disserem que ainda não há condições para o regresso, vamos cumprir, tal como aconteceu em Palma. Em relação a Mocímboa da Praia há ainda trabalho a ser feito para que haja condições para o regresso das populações”, concluiu.
Cristóvão Chume, falava esta quarta-feira (12), à margem da cerimónia de tomada de posse de 12 quadros para diferentes especialidades no Ministério da Defesa Nacional.
MDN EXIGE MUDANÇAS PROFUNDAS NAS FDS
Mudanças estruturais urgentes desde a composição, até a gestão dos recursos humanos devem acontecer com o empossamento, nesta quarta-feira, de 12 oficiais do Ministério da Defesa Nacional.
A exigência é do ministro do pelouro, Cristóvão Chume, que, em quase dois meses de mandato como ministro, mostrou-se agastado com o mau funcionamento de algumas instituições da Polícia.
O ministro diz que quer, tal como assumiu ao Presidente da República, aquando da sua tomada de posse, que os órgãos da Política de Defesa Nacional, Recursos Humanos, Comando de Reservistas, Assessoria ao Ministro e Centros de Recrutamento e Mobilização entre outros quadros ora empossados, trabalhem centrados no factor humano.
“O maior desafio que o sector de defesa enfrenta é a gestão dos recursos humanos. Proponhamos este ano uma Estratégia de Gestão de Recursos Humanos e um modelo de recrutamento militar objectivo. Abandonemos um recrutamento em que a instituição militar não tem faculdade de escolher quem recrutar”, disse.
Faz parte da lista das mudanças que o ministro quer ver, a correcta colocação dos vários oficiais que, apesar do nível de licenciatura, continuam, há mais de cinco anos, afectos nos trabalhos de limpeza como agentes de serviço, o que ele considera um “desperdício de homens e mulheres formados”.
Sobre o recrutamento militar, Chume fala da corrupção e deficiente gestão da coisa pública.
“Apliquem-se na coordenação, ao nível provincial, dos processos administrativos dos utentes dos nossos serviços, evitando o crónico problema da burocratização de procedimentos. Apliquem-se, ainda, na boa gestão da coisa pública, particularmente os valores colectados em diversos serviços prestados”, disse.
Para Chume, uma reforma estrutural é urgente para que as Forças de Defesa de Moçambique estejam em condições de responder aos seus desafios.
“Há pessoas que não sabem operar computadores, mas estão em frente de grupos de trabalho; pessoas que não entendem de serviço público, mas estão a dirigir o serviço público, há pessoas que trabalham, mas não percebem do trabalho que fazem, por isso devemos dar oportunidade a quem pode fazer mais”, concluiu.