Dentro de dois meses, a população da zona sul do país poderá disfrutar do serviço da televisão digital. A garantia foi dada, esta quarta-feira, em Maputo, pela empresa responsável pela migração digital em Moçambique.
“Em termos de migração digital estamos num bom caminho…” Foi assim que o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa de Transporte, Multiplexação e Transmissão (TMT), descreveu o nível de implementação da migração digital que, depois de falhar o primeiro prazo de Junho de 2015, poderá se tornar realidade até Dezembro deste ano.
O ponto de entrada da migração digital rumo ao cumprimento do segundo prazo (Dezembro de 2019) vai começar na zona sul, dentro de dois meses, com a conclusão e activação dos centros emissores do sinal. “Em termos de rede de distribuição, neste momento, temos em execução cerca 65% da rede, ou seja, dos 60 centros emissores 42 já estão concluídos e neste momento está a decorrer o processo de fiscalização e aceitação dos testes finais”, revelou Victor Mbebe, PCA do TMT e acrescenta que a zona sul até janeiro poderá disfrutar dos serviços da televisão digital, serviço que se poderá alastrar para zonas centro e norte no princípio do próximo ano.
Porque a migração inclui a digitalização da televisão pública, Victor Mbebe assegurou que sete dos dez estúdios provinciais já estão a beneficiar da montagem dos equipamentos, sendo que os outros três estão ainda na fase da construção civil.
“Quanto aos estúdios centrais, estes estarão albergados no novo edifício que já está numa fase final e até princípio do próximo ano estará concluído e, consequentemente, os estúdios centrais serão entregues”, assegurou Victor Mbebe.
Apesar de estarem criadas as condições para que o país migre para televisão digital, o MISA Moçambique chama a atenção para a criação de leis que acompanhem este processo para evitar problemas futuros.
“Essa legislação já vai muito atrasada. O que nós temos como televisões e rádios no contexto de migração digital que já efectivamente está em curso, mas a legislação antiga já não se aplica a esta nova fase. Então, o Estado, dentro das suas responsabilidades sob ponto de vista do sector está atrasado”, exortou Ernesto Nhanale, director executivo do Misa-Moçambique.
Custos da migração digital para população
Os serviços de televisão digital poderão custar ao bolso do cidadão cerca de 1200 meticais que, segundo Victor Mbebe, é um preço acessível e que está a altura do cidadão, além de ser o mais baixo do mercado.
“É preciso entender que sempre que há introdução de uma nova tecnologia implica um custo adicional para as famílias e não é diferente da televisão digital. Ela irá implicar um custo para as famílias com a aquisição do “decoder” que poderá estar ao preço de 1200 meticais. A população terá que gastar esse valor apenas uma única vez, o que lhe permitirá disfrutar de canais nacionais, sendo que os internacionais deverá pagar o valor correspondente a subscrição”, explicou Victor Mbebe, PCA da TMT.
Ainda no encontro, foi apresentado o estudo sobre o nível de preparação das televisões privadas para migrarem para o digital. Resultados preliminares deste, apontam que cinco, das seis televisões que foram abrangidas pelo estudo estão em condições de migrarem para o digital.
“Algumas televisões privadas já estão a transmitir em plataformas pagas, o que significa que já há alguma modernização dos seus equipamentos. Entretanto, alguns canais de televisão apresentam como dificuldades a importação de equipamentos, barreiras técnicas e recursos humanos que possam trabalhar na produção de conteúdos digitais”, disse Celestino Juanguete, consultor que fez o estudo.