O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou esta segunda-feira o pedido de entrada imediata da Ucrânia na União Europeia (UE). Trata-se do 2º pedido do país para entrar no bloco dos 27, após a saída do Reino Unido e no meio de uma guerra com a Rússia, interpretada como violação da “cortina de ferro” e travão ao expansionismo da NATO no leste europeu.
Em discurso, Zelensky disse que o documento é um “novo procedimento especial” para entrar na UE, e ao fazer parte do bloco, a Ucrânia estará “em pé de igualdade” aos demais países.
Sabe-se, no entanto, que no sábado (26 de Fevereiro), o presidente ucraniano disse que este é um momento “crucial” para encerrar a discussão de “longa data” de decidir se seu país adere à UE. Porém, a causa russa não se funda na adesão à UE, mas sim a um suposto mecanismo que permitirá a Ucrânia, através da UE, aderir à NATO, o que choca com questões de segurança da Rússia.
Ainda assim, Zelensky afirmou que já estavam em curso discussões com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre uma “assistência efectiva” a seu país “numa luta heroica”.
Disse também que o bloco europeu “escolhe a Ucrânia”. E a Ucrânia já demonstrava interesse de aderir à UE antes do início da invasão russa.
Em declarações à Euronews, Ursula von der Leyen afirmou que existem muitos tópicos entre a Ucrânia e a UE que permitem esta integração, referindo que de facto a Ucrânia ao longo do tempo pertence ao bloco europeu.
“Eles são um de nós e queremos que eles entrem”, disse a diplomata, na sequência de uma decisão inédita da UE em fornecer armas à Ucrânia.
Pelo Twitter, o primeiro-ministro da Ucrânia afirmou que a “esta é a escolha da Ucrânia e do povo ucraniano. Já no ano passado, o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou, em entrevista ao Político, que o bloco “deveria receber” o país.
Pouco antes, o primeiro encontro entre delegações diplomáticas da Ucrânia e da Rússia, que se reuniram na região da fronteira com Belarus, terminou sem acordo.
De acordo com o assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, os representantes retornarão às suas respectivas capitais antes de uma segunda ronda de negociações, informou a agência de notícias RIA.
Os países estão numa guerra que já persiste há cinco dias, desde que forças russas invadiram o território ucraniano.