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Zambézia vai comercializar 170 toneladas de castanha de caju

No global, a província da Zambézia produziu 17 mil toneladas da castanha de caju e só vai comercializar 170 toneladas, porque os comerciantes estrangeiros e outros se anteciparam em contactar os produtores, comprando a castanha de caju a preços não competitivos, ao invés de aguardar pelo preço de referência estabelecido pelo Governo na ordem de 43 meticais o quilo.

Zambézia acolheu, esta segunda-feira, o lançamento da primeira edição do leilão presencial da castanha de caju. Trata-se da primeira iniciativa à escala nacional organizada pela Bolsa de Mercadorias de Moçambique (BMM). A iniciativa vai abranger cinco províncias que mais produzem a castanha de caju, designadamente Zambézia, Nampula, Cabo Delgado, Inhambane e Gaza.

A localidade de Malema, distrito de Pebane, acolheu as cerimónias de lançamento do leilão. A presidente da BMM, Victória Daniel, disse que a iniciativa, por sinal a primeira do género, passará a ser anual, prevendo abarcar outros produtos, tais como o feijão, gergelim, milho, entre outras culturas de rendimento com elevada produção e procura.

Victória Daniel afirmou também que esta iniciativa tem por objectivo fortalecer os esforços dos produtores que tanto fazem para produzir e que, no fim do dia, pouco arrecadam para as suas famílias, porque o comerciante que se dirige a eles apresenta propostas não competitivas.

“Isso tem um impacto negativo na renda familiar do produtor. Ele despende força, tempo e valores para produzir com objectivos de aumentar a sua renda, mas, no fim de dia, vê todas as suas contas frustradas por conta do comerciante que só olha para os seus benefícios”, disse a presidente da BMM

Fundamentalmente, a província da Zambézia produziu, na presente campanha, 17 mil toneladas da castanha de caju, mas apenas vai colocar em leilão 170 toneladas. Tudo porque alguns comerciantes se anteciparam e foram ao produtor comprar castanha ao preço não recomendado pelo Governo.

Sucede que o Governo decidiu aplicar o preço de referência para a presente campanha de comercialização, na ordem de 43 meticais o quilo. Das 170 toneladas disponíveis que vão a leilão, os produtores esperam arrecadar pouco mais de sete milhões de meticais. Do valor, 2%, o equivalente a pouco mais de MZN 400 mil, vai para os cofres do Estado.

O governador da província, Pio Matos, que fez o lançamento do leilão, começou por apresentar aos intervenientes da cadeia de comercialização as qualidades da castanha de caju disponíveis.

Depois de anunciar, os comerciantes não concordaram com o preço de referência da castanha aplicada pelo Governo. Evocaram questões de transporte e impostos como factores que não vão ajudar na obtenção de lucros.

Em resposta, o governante deixou claro que “o preço de referência aplicado pelo Governo não se negoceia, pois tem em vista salvaguardar a melhoria das condições de vida dos produtores”, disse o governante, afirmando que o preço de referência é irreversível.

O “mega leilão” da castanha de caju vai de Novembro de 2021 a Fevereiro de 2022, contemplando cinco províncias, que são Cabo Delgado, Zambézia, Nampula, Inhambane e Gaza.

 

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