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Vítimas de inundações na Matola já estão a ser reassentadas

Foto: O País

Centenas de famílias do Município da Matola, na Província de Maputo, continuam a viver em casas alagadas e algumas delas já estão a ser reassentadas pela edilidade em zonas seguras.

Cristiano Munguambe, chefe do quarteirão “15B”, no bairro da Machava, quilómetro 15, no Município da Matola, é uma das pessoas que abandonou a sua casa por conta de água. “Torna-se difícil a vida aqui, muitas famílias já abandonaram as suas casas. Eu saí há cinco anos por causa desta situação”.

Nos últimos dias, a chuva parou pelo menos na Província de Maputo, mas os estragos que deixou estão visíveis.

Na Matola, as ruas deram lugar à vegetação. Vêem-se casas com água nos quintais, o que bloqueou a mobilidade de pessoas e viaturas.  Os moradores dizem que a solução é reassentamento.

“Assim que eles souberem que, para o local de reassentamento é definitivo e vou negar por quê? Vou viver na lona assim mesmo e, se não morrer, vou reerguer a minha vida”, disse, em desespero, Iolanda Alexandre.

Aniceto Chichongue, também assolado pela chuva, avança uma solução. “Para mim, o reassentamento seria melhor; é verdade que, antes de transferir as pessoas, seria bom que o Município abrisse valas para escoar a água da chuva”.

O Município da Matola já identificou 60 famílias para serem retiradas daquele local e, de seguida, demolir as casas para manter a bacia de retenção de água. Destas, metade é que aceitou ser transferida, outras que negam alegam ter muitos investimentos.

“O que está assegurado para as 15 famílias são talhões com dimensões de 15/30m e estamos a trabalhar para identificar outros espaços para o grupo de 18 famílias que também está contemplado neste plano. Estamos a trabalhar com outras instituições, sobretudo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) para alocação de lonas de abrigo e também outros intervenientes, de modo a criarmos as condições necessárias e indispensáveis para a continuidade da vida destas pessoas” esclareceu Firmino Guambe porta-voz do Conselho Municipal da Matola.

Cristiano Munguambe deslocou-se até Siduava e visitou o local onde será reassentado e disse que dará um novo alento à vida.

O desafio para as autoridades municipais da Matola será de prover água potável àquela comunidade reassentada, bem como alocar energia eléctrica, uma vez que a rede de alta e média tensão passa pelas proximidades.

Num dos corredores de acesso àquela zona já estão em funcionamento escolas, centro de saúde e um posto policial, além de outras infra-estruturas de interesse económico. Há que anotar, igualmente, que as autoridades municipais são desafiadas a pavimentar uma das principais vias de acesso àquela nova zona residencial.

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