As famílias cujas casas continuam alagadas no Município de Maputo dizem que estão dispostas a serem reassentadas, entretanto dizem que ainda não foram contactadas para o efeito. As vítimas consideram que o reassentamento será uma solução, mas pode agravar a condição social e financeira dos visados, uma vez que as futuras residências serão erguidas na Província de Maputo.
Alberto Monjane é chefe do quarteirão 18C no bairro de Magoanine “A”, na Cidade de Maputo. Ele e a família abandonaram a casa e hoje estão a viver numa casa arrendada.
Alberto Monjane levou a equipa de reportagem do jornal O País para mostrar a sua casa que está cercada de água. Ele aguarda o reassentamento, mas não está à espera dos custos de viver longe da cidade. Diz que do local onde vive hoje para o trabalho, apanha um único “chapa” e não imagina quando for, por exemplo, viver em Manhiça.
“Nós preferimos sair, pese embora o local de reassentamento seja longe e onde trabalho entro às 6 horas. Como é que vou chegar ao serviço às 6 horas se me derem espaço em Manhiça? Será muito difícil, mas estaremos dispostos a sair”, disse Alberto Monjane.
No quintal de Ernesto Mavume, também no bairro Magoanine “A”, a água já está a baixar, ainda assim reconhece a necessidade de reassentamento, mas com dignidade.
O Município de Maputo deu a conhecer, na última sexta-feira, que já identificou terrenos nos distritos de Manhiça, Marracuene, Boane e Matutuine, na Província de Maputo, numa altura em que algumas ruas da capital do país continuam intransitáveis e centenas de casas cercadas de água.
A jovem Edna Cossa, com bebe recém-nascido, diz estar disposta a abandonar a actual residência para um novo local: “Ainda não fomos contactados pelas autoridades. Mas, assim que nos contactarem, vamos sair, porque já não dá para continuar a viver aqui, nesta casa”.
As autoridades municipais alertaram que, para o caso de famílias que já receberam parcelas, não serão contempladas neste novo processo.