Oitenta e duas pessoas foram mortas, em apenas um dia, em Myanmar numa acção de repressão das forças de segurança contra manifestantes pró-democracia, anunciou uma organização não-governamental, citada pela imprensa local.
O número de mortos foi compilado pela Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos, que faz a contagem diária das vítimas e detenções resultantes da repressão após o golpe de Estado de 01 de Fevereiro, que depôs o Governo eleito de Aung San Suu Kyi.
De acordo com o Notícias ao Minuto, no relatório divulgado ontem, o grupo disse esperar que o número de mortos em Pegu aumentasse, à medida que mais casos fossem verificados.
Pelo menos 701 pessoas já foram mortas pelas forças de segurança desde que os militares assumiram o poder, de acordo com a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos.
O ataque a Pegu foi o terceiro na última semana, envolvendo o uso da força para tentar esmagar a persistente oposição à junta militar no poder.
A maioria dos protestos nas cidades e vilas do país é realizado por manifestantes pacíficos que se assumem como parte de um movimento de desobediência civil, escreve a fonte que temos vindo a citar.
Mas à medida que a polícia e os militares intensificavam o uso da força letal, uma facção de manifestantes armou-se e alguns activistas já se apelidam de “exército civil”.
A junta militar tomou também outras medidas para desencorajar a resistência. Recentemente publicou uma lista de 140 pessoas ligadas às artes e ao jornalismo, acusando-as de divulgar informações que minam a estabilidade do país e do Estado de Direito.
A enviada especial das Nações Unidas para Myanmar, Christine Schraner Burgener, chegou sexta-feira à capital tailandesa, Banguecoque, numa missão regional, durante a qual pretende sondar a posição de vários governos do sudeste asiático, tendo-lhe sido negada a autorização para visitar Myanmar.