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Vila de Palma parcialmente ocupada pelos supostos terroristas

Foto: DW

O distrito de Palma está parcialmente sob  controlo do grupo armado instalado em Cabo Delgado desde 2017.

Segundo confirmaram alguns deslocados que continuam a chegar à cidade de Pemba, a situação de insegurança agravou-se e quase toda a população está a abandonar o distrito, devido aos ataques terroristas que não param desde 24 de Março último, o dia do assalto à vila sede.

“Fugimos de Palma, porque a guerra continua. As pessoas são decapitadas e as casas incendiadas,” revelou Mariamo Tchimbuata, uma das centenas de deslocados, que chegou a Pemba via marítima, depois de cerca de 10 dias de uma longa e arriscada viagem.

Além da vila de Palma, que está parcialmente abandonada, de acordo com alguns sobreviventes dos ataques terroristas, o grupo armado circula pelas aldeias do distrito, onde incendeia casas da população, mata e rapta pessoas.

“A vila de Palma e várias aldeias do distrito estão abandonadas. A maior parte de nós que chegamos aqui, em Pemba, agora, dormíamos no mato, por causa da insegurança”, descreveu Kibibi Bilaule, uma deslocada que deixou para trás uma parte da sua família, com quem perdeu contacto desde o primeiro assalto à sede do distrito.

A maior parte dos deslocados não tem família nas zonas consideradas seguras e, quando chegam a Pemba, transportados em embarcações artesanais superlotadas, são recebidos apenas pelas Forças de Defesa e Segurança.

“Chegámos às 6 horas aqui, em Pemba, e permanecemos na embarcação até cerca de 9 horas quando chegou a Polícia que, depois de vasculhar as nossas bagagens, deixou-nos aqui, na Praia, e não recebemos nenhuma ajuda, nem comida, muito menos água para beber”, reclamou Kibibi Bilauli.

Em Palma, segundo relato dos deslocados que chegam a Pemba, há milhares de pessoas que aguardam por uma oportunidade para abandonar o distrito, onde são registadas decapitações, além de destruição de casas e pilhagem de bens da população.

A situação de segurança em Palma é considerada crítica e, desde que houve o assalto armado a vila de Palma, a 24 de Março, o Governo ainda não se pronunciou sobre o assunto, e algumas autoridades locais têm proibido a imprensa de captar as imagens e entrevistas aos deslocados, que chegam à cidade de Pemba.

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