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Vida estará mais cara nos próximos meses no país

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Os preços dos produtos essenciais poderão subir ao longo dos próximos meses, por conta dos choques climáticos e uma possível subida de combustíveis e serviços de telecomunicações.

A vida poderá estar ligeiramente mais cara nos próximos meses. É o que indica o Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação lançado esta semana pelo Banco de Moçambique que prevê uma ligeira subida na inflação nos próximos meses, isto é, haverá agravamento dos preços dos produtos essenciais.

Segundo o banco central, esta previsão decorre do impacto dos efeitos dos choques climáticos e do aumento dos preços dos combustíveis e da tarifa de portagem na África do Sul, um dos principais abastecedores de produtos de primeira necessidade ao país. 

“Constituem ainda factores de riscos às projecções o eventual agravamento da pressão fiscal, a possível maior severidade dos choques climáticos e os eventuais ajustamentos dos preços das telecomunicações e combustívei”, escreve o regulador.

Em Janeiro a inflação esteve situada em 4,2% e 4,0% em Fevereiro. Mas, até Dezembro deste ano, poderá atingir 5,37%.

“As expectativas macroeconômicas dos agentes econômicos apontam para uma aceleração da inflação no curto prazo, acreditando-se que a mesma poderá fixar-se em 5,37% em Dezembro de 2024”, aponta o relatório.

Recorde-se que os dados da última avaliação do índice de preço ao consumidor do Instituto Nacional de Estatísticas, que quando comparados com os de igual período de 2023 apontam que o país registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 4,0%, indicam que as divisões de Educação, Alimentação e bebidas não alcoólicas, foram as que tiveram maior subida de preços ao variam com 8,61% e 6,89%, respectivamente.

A cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, é a que tem registado maiores níveis de subida. “Analisando a variação acumulada, todos os locais registaram uma subida do nível geral de preços. A Cidade de Quelimane registou a maior subida do nível geral de preços com cerca de 3,11%, seguida das Cidades da Beira com 1,82%”

Do lado das alterações mais brandas estão as cidades de Maputo com 0,96% e de Tete com 0,80%.

Já para o médio prazo, isto é, para os próximos três a quatro anos, mantém-se as perspectivas de uma inflação de um dígito, ou seja, abaixo de 10%, refletindo, sobretudo, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo banco central nas suas projecções baseados em pressupostos internos e externos.

A nível interno, o regulador destaca a manutenção da elevada pressão sobre o orçamento do Estado; Ocorrência de choques climáticos e Prevalência da instabilidade militar em Cabo Delgado.

“A avaliação dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação mantém-se favorável no médio prazo. Destacam-se como possíveis fatores de contenção da inflação o esforço da consolidação fiscal e o impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos, sobre a cadeia logística e sobre os preços das mercadorias no mercado internacional”, escreve o BM.

O Relatório da Conjuntura Económica, perspectiva também que a actividade económica continue a expandir-se em níveis moderados, impulsionada pelo desempenho da indústria extrativa cuja produção aumentou significativamente com a produção de gás natural na plataforma Coral Sul FLNG, na bacia do Rovuma. 

Entretanto, excluindo os projectos de GNL, o relatório prevê que a actividade económica mantenha a trajectória de recuperação, não obstante as incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e infra-estruturas diversas.

Nesta senda, prevê-se uma ligeira aceleração do crescimento do PIB, excluindo a produção de GNL. “Esta previsão é sustentada pelas perspectivas de melhoria do desempenho da indústria extrativa e do setor terciário, não obstante a ocorrência de eventos extremos… a evolução recente do Índice de Produção Industrial corrobora a melhoria gradual da actividade económica no curto prazo, ao apontar para um aumento da confiança das empresas quanto à actividade futura, em face do incremento do volume de vendas e de novas encomendas.” 

Quanto às reservas Internacionais, mantêm-se níveis confortáveis, tendo até o dia 22 de Março de 2024, registado um saldo acumulado de cerca de USD 3.614 milhões, o suficiente para garantir a cobertura de cerca de cinco (5) meses de importações de bens e serviços, excluindo os grandes projectos.

O banco central avança também que houve redução das taxas de juro de bilhetes do tesouro. “As taxas de juro de BT registaram uma redução entre 69 e 94 pd, passando para 17,62%, 18,96% e 18,30% respectivamente, para as várias maturidades de referência (91, 182 e 364 dias)”, avançou o BM.

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