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Vida e segurança voltam à normalidade em Mocímboa da Praia

Instituições públicas e privadas voltaram ontem a funcionar normalmente, na vila de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, depois dos recentes ataques de homens armados de base radical islâmica.

A normalidade resulta da retomada do controlo total da segurança por parte das Forças de Defesa e Segurança (FDS), depois de dois dias de desestabilização que colocou Mocímboa da Praia no centro das atenções da media mundial.

Para simbolizar o regresso à normalidade, a governadora de Cabo Delgado, Celmira da Silva, percorreu, ontem, os 30 bairros daquela vila municipal e, no final, garantiu à imprensa que a situação está sob controlo das autoridades.

“Tanto as crianças deverão voltar à escola, os centros de saúde devem funcionar, os mercados também, a vida económica, tudo o que tem a ver com a característica específica de funcionamento normal da sociedade aqui em Mocímboa da Praia. Queremos apelar a uma cultura de paz, queremos apelar à consciência de todos sobre a necessidade do bem comum que é a paz para o nosso povo”, disse a governadora de Cabo Delgado, Celmira da Silva.

Depois de percorrer os bairros daquela vila, a governadora reuniu-se com as autoridades locais, incluindo líderes comunitários e chefes de quarteirão, a quem apelou para se redobrar a vigilância, de modo a evitar que casos similares voltem a acontecer.

Os populares referem que, durante a interacção com as autoridades locais, o governo terá negligenciado todas as denúncias e alertas feitas sobre a radicalização de grupos de jovens locais, de tal modo que alguns chegaram a ser apresentados à polícia, mas a seguir teriam sido soltos, por alegada falta de matéria criminal.

Os confrontos entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e os atacantes resultaram em dezasseis mortos, dos quais catorze atacantes e dois agentes da lei e ordem.

PM afasta ligações fundamentalistas

O primeiro-ministro negou qualquer ligação dos atacantes que invadiram a vila de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, a grupos fundamentalistas islâmicos. Carlos Agostinho do Rosário reagia, assim, ontem, aos ataques protagonizados por mais de duas dezenas de pessoas naquela vila que tanto os residentes locais como alguns observadores ligam a grupos fundamentalistas islâmicos, como o Al-Shabaab. Rosário apelou à calma por parte da população, referindo que “temos que ficar serenos e aguardar pelo trabalho que a polícia está a fazer, para em devido tempo sabermos as reais motivações destes ataques e quem de facto os perpetrou”.

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