Antigos jogadores de futebol vão realizar um jogo, sábado, para angariar doações para as vítimas do ciclone Idai que fustigou, principalmente, a cidade da Beira. A eles juntam-se alguns músicos que deverão jogar e cantar.
A iniciativa é da Associação de Futebol de Veteranos, que pretende unir antigos futebolistas, músicos, políticos e outros membros da sociedade, este sábado no Estádio Nacional do Zimpeto, por uma causa que se chama Beira, cidade mais fustigada pelo ciclone Idai que atingiu o seu pico na noite da quinta-feira.
Espera-se que o dia seja marcado por várias partidas de futebol com várias gerações, desde os infantis até aos mais antigos. Haverá jogo envolvendo equipas das escolas de Tico-Tico contra a do Gonçalves Fumo, outra partida que vai opor de jogadores de futebol já retirados, incluindo outras personalidades que “que se queira juntar à causa”, assim como um jogo entre dois “velhos clubes” da capital moçambicana, nomeadamente o Costa do Sol e o Desportivo de Maputo.
Grandes nomes do futebol vão participar das partidas, tais como Tico-Tico, antigo ponta de lança dos Mambas, João Chissano antigo seleccionador dos Mambas e Xandó, antigo guarda-redes do Desportivo.
Alguns músicos, de gerações passadas e novas, vão juntar-se à causa para jogar e também cantar. Na conferência de imprensa de anúncio da iniciativa, os homens do som estiveram representados por Roberto Chitsondzo, António Marcos e Ziqo.
Todos prometeram dar de tudo para que o evento seja de esperança para as vítimas da intempérie. Até porque, como disse, Chitsondzo, “todos somos muito poucos para dar a devida assistência aos nossos irmãos que neste momento se encontram nesta situação”.
Chitsondzo diz ser preciso que cada um faça algum esforço para apoiar as vítimas. E por falar em esforço, os músicos vão sair da sua zona de conforto e vão dar gosto ao pé numa partida de futebol.
“Vai ser com muito gosto que vou correr e me juntar a vocês neste jogo para ajudar os nossos irmãos”, disse o jovem Ziqo, dirigindo-se aos organizadores do evento.
Depois da partida de futebol, músicos de várias gerações vão voltar ao seu mundo e pegar no microfone para cantar em homenagem àqueles que, de uma noite para outra, perderam tudo.
António Marcos, o Mayengane, sugeriu que cada um dos moçambicanos pense que isto está a acontecer consigo e só assim vão dar maior atenção a esta situação. “Hoje é Beira, mas amanhã pode ser Maputo ou outra parte do mundo”.
A ideia é mostrar que juntando sinergias pode-se minimizar os efeitos da tragédia. Para este evento, as entradas serão livres, sendo que, os espectadores deverão levar consigo bens não perecíveis, que através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, serão canalizados às vítimas.