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Vergonha nacional no Zimpeto

Os Mambas venceram, tal como prometeram, ao Madagáscar, por 3-2, em jogo da segunda mão da segunda eliminatória de acesso ao CHAN-2020, mas perderam a eliminatória, após a eliminatória terminar empatada a três golos. Na primeira parte os Mambas saíram a vencer por 3-0, mas na segunda parte, mais apáticos, permitiram que os malgaxes marcarem dois golos, em seis minutos, e decidirem a eliminatória. Mais uma decepção para os moçambicanos, que sentem que já não doe…
 
Realmente já não doe perder jogos e nem eliminatórias com estes Mambas que tem falta de atitude e concentração nos momentos cruciais, principalmente no sector defensivo, desde a baliza até o quarteto defensivo. Foram dois golos consentidos pelos moçambicanos do que conseguidos pelos malgaxes, que ditaram a eliminação de Moçambique, em mais um desaire das eliminatórias para uma competição continental.
 
Entrar bem no jogo
Victor Matine fez algumas alterações no onze que perdeu em Antananarivo, muito por culpa da lesão de Manucho, que cedeu seu lugar a Raúl, chamado para o sector intermediário, bem como a saída de Isac para a entrada de Dayo, mesmo na busca de dar maior pendor ofensivo da equipa moçambicana.
Numa primeira tentativa dos malgaxes, Victor foi grande ao negar o golo adversário. Respondeu Moçambique por Infren a fazer um cruzamento numa jogada de combinação com Raúl, mas não estava ninguém para a emenda e bola tocou num adversário e o árbitro não assinala pontapé de canto.

Quando se jogava o minuto 16, veio a primeira explosão de alegria no Estádio Nacional do Zimpeto com o golo dos Mambas. Cruzamento da direita, com Luís Miquissone a cabecear para a zona do guarda-redes, que defende para frente e na tentativa de corte a bola foi embater no avançado Dayo e anicha-se na baliza de Jean.

Na resposta, os malgaxes podiam ter empatado, num lançamento para frente que seria para Tsito, mas Victor, mais uma vez, a antecipar-se ao avançado malgaxe e a cortar a jogada.

Mas há que destacar que os Mambas ainda tiveram uma oportunidade de marcar, por Dayo, que galga terreno até a área contrária, mas na hora de rematar hesitou e quando pensou no passe para Miquissone, a defesa já estava recomposta.

O jogo já se jogava ao nível do meio campo, mas o resultado não agradava aos moçambicanos que foram a carga por várias vezes. Ao minuto 36, os Mambas subiram para a área de Jean, Luís Miquissone ganha na raça, dentro da área, e é rasteirado.

O árbitro não teve dúvidas e apontou para a marca da grande penalidade. Maninho, chamado a cobrar, com toda força que se lhe é exigido, mandou a bola para um lado e o guarda-redes para o outro. Segunda explosão de alegria no ENZ.

Veio a ordem do banco para não baixar o braços e Maninho acatou as ordens e quase marcava, numa corrida com um contrário, mas o remate saiu ao lado. Luís Miquissone, por sua vez, não fez melhor quando teve o pão da boca, tendo preferido desperdiçar escandalosamente, quando nem tinha oposição.

Mas minutos depois Miquissone redimiu-se do falhanço anterior e apontou um golo de antologia, aproveitando uma falha da defensiva que deixa a bola solta, e perante a saída de Jean o jogador moçambicano deu um chapéu do tamanho da cabeça do guarda-redes, com a bola a anichar-se no fundo das malhas. Foi 3-0 que se foi ao intervalo.
 
Voltar dos balneários com a cabeça na lua
No início da segunda parte, ainda na euforia dos 3-0 da primeira parte, os Mambas baixaram as linhas e permitiram que os malgaxes pressionassem no sector recuado da equipa nacional. Foi assim que Arnoud, ao minuto 50, aproveita uma má intervenção de Victor, que defende para frente e na recarga os malgaxes reduzem a desvantagem.

E quando se esperava que os moçambicanos reagissem, eis que os malgaxes voltam a marcar e a deixar balde de água fria nos moçambicanos, com Lalaina, dentro da área, sem marcação, perante a passividade da defensiva, só teve eu escolher o melhor ângulo para encaixar a bola. Estava revirada a eliminatória, novamente a favor do Madagáscar. Aqui, os moçambicanos já tinham que correr atrás do prejuízo para reverter a situação.

Numa tentativa de cabeceamento de bola, dentro da área do Madagáscar, Maninho choca com um defesa e saiu magoado, com a cabeça rachada e teve que ser substituído por Isac.

Ao minuto 75 do jogo, Victor esteve em dois momentos perigosos para a selecção nacional. Primeiro quando toc a bola com as mãos fora da área, após um atraso defeituoso de Sidique, em que Victor não consegue o corte. O árbitro marca falta e mostra cartão amarelo para o guarda-redes moçambicano. Na cobrança, Lalaina coloca a bola por cima da barreira e Victor defende, mas com mãos de manteiga a bola escorrega e na luta para segurar a bola, sofre falta. Um alívio nas bancadas.

Já sentia a pressão de perder a eliminatória a formação moçambicana e arregaçou as mangas atrás do prejuízo. Dayo, aos 81 minutos, teve o golo nos pés, quando ganha a bola dentro da área malgaxe, mas o seu remate ganha altura e passa por cima da baliza de Jean.

As jogadas eram loucas de ambas partes. Jeitoso, no sector defensivo, com a bola que parecia controlada, deixa à mercê de um contrário, que serve para Lalaina, que dentro da área faz um remate forte para defesa atenta de Victor.

No jogo de ontem, Moçambique teve um livre ao minuto 92 e os adeptos rezaram todos os santos para que desta vez fosse o minuto de sorte dos Mambas, mas cobrado por Luís Miquissone, o cabeceamento de Jeitoso passou ao lado.

Nada mais havia a fazer, senão chorar “lágrimas de crocodilo” no final do jogo, com este mais um apunhalar pelas costas dos Mambas. Desta vez não foi no minuto 92, mas foi em apenas seis minutos do jogo.

Próximo mês temos Maurícias para as eliminatórias de acesso ao mundial-2022.

 

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