Dezenas de vendedores de frango e “magumba” manifestaram-se, hoje, na praia da Costa de Sol, contra a demora na entrega de um mercado, cujos prazos falharam duas vezes, por parte do Conselho Municipal da Cidade de Maputo.
Empunhando cartazes e entoando canções apelativas, mulheres e homens, que vendiam na praia da Costa de Sol, exigiam a entrega da infra-estrutura o mais rápido possível.
“Às vezes, agimos e proferimos palavras impróprias. Não é por mal, é mesmo por falta de condições que nos leva a ter esta atitude. Aqui, muitas mulheres estão a sofrer, pois nem têm o que comer”, disse Sandra Matsinhe, uma das manifestantes.
Sandra Matsinhe e outros vários vendedores foram retirados da praia da Costa de Sol em Fevereiro de 2020, para evitar aglomerações, em cumprimento de medidas de prevenção da COVID-19, bem como no âmbito do programa municipal de reorganização da urbe.
Para garantir a continuidade das actividades dos vendedores, o município prometeu a construção de um mercado nas imediações da praia. A infra-estrutura devia ter sido entregue em Dezembro do ano passado, o que, porém, não aconteceu.
Falhado o prazo, a edilidade viria a fixar uma nova data de entrega para Fevereiro, o que também não passou de um falhanço.
Em resposta às manifestações desta segunda-feira, a edilidade garantiu a inauguração da infra-estrutura para finais de Junho do ano em curso, o que para os manifestantes não passa de mais “uma falsa promessa”.
“Os trabalhos estão num rítmo acelerado, agora estamos a finalizar a montagem dos contentores, sanitários e grelhadores. Até finais de Junho, tudo estará pronto”, prometeu Danúbio Lado, vereador de Desenvolvimento Económico Local.
Não é apenas a demora na entrega do mercado que preocupa os vendedores. Estes também reclamam do subsídio de 1.200 meticais que, para além de ser pouco para custear as despesas, não chega a todos.
“Sou mãe de três filhos, é uma responsabilidade enorme. Os 1.200 meticais que o município tem para distribuir como subsídio são muito pouco. Pedimos o mercado para, pelo menos, melhorar a nossa situação”, expressou-se Silésia Mondlane.
Os manifestantes têm, agora, de aguentar por mais 30 dias e prometeram voltar a protestar caso a edilidade volte a falhar os prazos.