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Ana Comoana diz que inspectores não devem esperar denúncias para agir

A ministra da Administração Estatal e Função Pública diz que é inadmissível que inspectores fiquem à espera de uma denúncia para agirem, principalmente em instituições públicas onde estes trabalham.

Ana Comoana reconheceu que existem bons inspectores, mas existem problemas inadmissíveis na classe.

“Não é compreensível, senhores inspectores, que ocorram de forma sistemática situações que configuram práticas censuráveis, em sectores ou instituições onde temos inspectores como olheiros e que, muitas vezes, são eles próprios surpreendidos com denúncia de terceiros, ficando claro, que no lugar de agir, reagem, e isso não pode ser”, disse.

Para Comoana, a impressão que se tem é de que alguns ficam à espera das inspecções gerais para agir, o que não pode acontecer, afinal mais do que reagir, sua função é prevenir os actos ilícitos.

Segundo a ministra, esta missão, de ser inspector, não é para os medrosos, tímidos, ou os que receiam. “A inspecção é um juramento”, disse, para depois referir que para se ser inspector é preciso que os actores passem por um juramento, como forma de garantir que o serviço ao público seja de qualidade.

A governante falava esta quinta-feira, durante a abertura do 18º Conselho de Inspectores Gerais, com duração de dois dias, na Cidade de Maputo.

“É nossa expectativa que esta não seja mais uma reunião ou mais um conselho, mas um espaço de partilha de saberes e compromissos para uma acção mais efectiva e mais actuante”.

A reunião conta com a presença do Provedor da Justiça, que apontou a corrupção como um dos males do sector público e disse que a solução não virá de instrumentos legais, mas sim do comportamento, a começar pelo dos inspectores.

“Se o próprio inspector se envolve em actos de corrupção, ele está, de alguma forma, a trair o compromisso e a confiança que os seus dirigentes colocaram nele. É expectável que o inspector, de qualquer área, seja o espelho do Estado, pela sua conduta, pelo seu relacionamento com os funcionários e pela sua integridade”, recomendou Isaque Chande.

O XVIII Conselho dos Inspectores Gerais decorre numa semana em que se celebra o Dia Internacional de Combate à Corrupção, e, neste momento, Moçambique é um dos países mais corruptos do mundo, ocupando a 26ª posição entre os 180 países avaliados pelo Índice de Percepção da Corrupção referente a 2022.

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