Mais uma vez, os vendedores do Mercado do Peixe, na Cidade de Maputo, paralisaram as actividades. Os comerciantes reivindicam, esta quarta-feira, indemnização pela sua retirada do antigo para o actual mercado e exigem redução de taxas. Contudo, a edilidade diz que não haverá compensação.
Os vendedores do Mercado do Peixe, na capital moçambicana, mobilizaram-se para mais uma manifestação, esta quarta-feira, em reivindicação do pagamento de indemnização pela sua retirada do antigo para o actual mercado.
O grupo exige a redução de taxas cobradas pelo município de Maputo pela ocupação de quiosques e bancas.
Por um lado, cânticos, danças e dísticos, por outro, a Polícia, que impediu a manifestação, alegadamente por não ter sido previamente comunicada. Uma situação que gerou a troca de mimos entre uma manifestante e um agente da Polícia.
– Estamos a fazer violência mesmo? – Questionou a vendedeira.
– Não! – Respondeu o agente da PR.
– E violência que estamos a fazer? Não temos direitos nós?
– Não temos direitos nós? Insistiu a vendedeira.
– Por isso pedimos que se afastarem. – Disse o agente da Polícia.
– Nós não temos direitos?
A pergunta ficou sem resposta.
E os vendedores reivindicam. “Neste mercado, não devíamos pagar nenhuma taxa. As taxas são elevadas, pelas bancas pagamos 900 Meticais, e os [preços das] barracas variam entre quatro e 7 mil Meticais. A cada vez que vamos à casa de banho, temos que pagar 5 Meticais, rematou Victória Francisco, uma das vendedeiras mais antigas do Mercado do Peixe de Maputo.
As reivindicações continuam.
“Não nos tiraram de lá para cá (referindo-se à retirada do antigo para o novo mercado do peixe) para nós pagarmos, não! Agora estamos a pagar porquê?”, contestou Rita da Graça, também vendedeira.
Muitos dos vendedores são unânimes em afirmar que têm direito à indemnização, como avançou Samuel: “Nós não temos DUAT daquele espaço, mas, depois de 35 anos a exercer actividades ali, já é um DUAT automático. Já temos o direito de aquele espaço ser nosso. A retirada de lá a custo zero é complicada para nós”.
É complicado para os vendedores, mas para o presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche, a resposta é clara: “Não há indemnização nenhuma, isto é especulação. Não há lugar para indemnização a ninguém, isso é bom ficar claro”.
E quanto à comunicação da manifestação dos vendedores, Comiche diz não ter sido informado, pelo que não tinha como acontecer.