Venâncio Mondlane já está em território nacional, cerca de dois meses depois de ter estado em parte incerta. Mondlane aterrou, esta quinta-feira, no Aeroporto Internacional de Maputo, onde explicou que está disponível para o diálogo na busca de soluções para a crise pós-eleitoral. O segundo candidato presidencial mais votado nas eleições gerais de 9 de Outubro reitera que não vai aceitar nenhum cargo executivo.
Depois de quase dois meses em parte incerta, de onde orientou manifestações populares, em reivindicação aos resultados eleitorais, que dão vitória ao candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo, Venâncio Mondlane volta a Moçambique.
Mondlane explicou que o primeiro objectivo da sua volta é quebrar a narrativa de que o diálogo não acontecia devido a sua ausência. “Eu queria quebrar essa narrativa de que estou ausente por vontade própria das iniciativas do diálogo. Então estou aqui de carne e osso, para dizer que se querem negociar, se querem dialogar comigo, estou aqui presente”.
Venâncio Mondlane avançou ainda que voltou ao país em solidariedade aos seus apoiantes, que têm sofrido algum tipo de ataque.
“Eu me apercebi que o regime está a criar uma estratégia de uma espécie de genocídio silencioso. As pessoas estão a ser sequestradas nas suas casas, as pessoas estão a ser executadas extrajudicialmente, estão a ser descobertas agora valas comuns com supostos apoiantes de Venâncio Mondlane. Há um crescimento geométrico de assassinatos e acho que não posso estar a fresco, quando o próprio povo que está no suporte da minha candidatura está sendo massacrado”, explicou.
Por último, o segundo candidato presidencial mais votado diz que voltou ao país para responder às acusações que pesam sobre ele e “para apontar os verdadeiros culpados dos crimes hediondos que aconteceram até hoje”.
Venâncio Mondlane diz que não vai aceitar os resultados eleitorais, se forem os mesmos que foram promulgados até hoje e está disposto apenas a assumir o cargo de “defensor do povo”.
“A única função que estou disponível a assumir é a função que sempre me predispus a ela que é de defender este povo, lutar por este povo é lutar pela justiça, é lutar pelos valores. Responsabilidades executivas, eu não fiz essa luta toda para ser chefe, não fiz essa luta toda para ter benefícios financeiros (…) eu não vou fazer parte de nenhum executivo que provenha destes resultados”, disse Mondlane.