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Vela já navega rumo aos Jogos Olímpicos de Tóquio

As atletas de vela qualificadas aos Jogos Olímpicos de Tóquio, nomeadamente Deysi Nhaquila, Denise Paruque e Maria Machava, iniciaram os trabalhos de preparação, depois do relaxamento das medidas de prevenção para modalidades de alto rendimento. 

As três velejadoras asseguram que o momento é oportuno para iniciar com os treinos, por forma a atingir o nível das adversárias que terão pela frente em Tóquio, que já estão a velejar

O retorno aos treinos já era esperado pelas atletas de vela que garantiram a qualificação aos Jogos Olímpicos. A apreensão e nostalgia pelos treinos caseiros já incomodavam Deysi Nhaquila, Denise Paruque e Maria Machava, que contavam os dias para que a pandemia fosse controlada, ou, pelo menos, o relaxamento das medidas para elas fosse possível, tal como aconteceu na semana passada.

Mas as três sabem que para chegar a Tóquio é preciso ter saúde, e por isso, as medidas de prevenção, para evitar contágios do novo coronavírus, são necessárias. É assim que a desinfecção das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento social são sempre a prioridade antes, durante e depois dos treinos.

Até mesmo para Maria Machava e Denise Paruque, que tem que partilhar o mesmo barco, tanto para os treinos como para as competições, as medidas de prevenção são necessárias.

“É difícil para nós porque somos uma dupla. Então trabalharmos separadas não faz muito sentido”, lamenta Maria Machava, que acrescenta ainda que “o barco é nosso e não só meu, também pertence a ela”. Mas assegura que mesmo assim é possível prevenir a contaminação da COVID-19 porque “além de ficarmos juntas no barco, não ficamos muito tempo a conversar próximas”.

Enquanto não iniciavam os treinos no mar, as atletas exercitavam em casa e conversavam, como forma de preparar melhores estratégias para o início, bem como coordenar os treinos a fazerem.

 

Expectativa pelo início dos treinos

Já Denise Paruque, que também diz que todas medidas serão levadas em conta para evitar possíveis contágios, tanto dentro como fora do local de treinamento, diz que foi importante iniciar os trabalhos a esta altura, uma vez que “assim vamos estar no ritmo que a gente precisa e acertar o que estava errado para podermos melhorar”.

O essencial mesmo, para as três, foi iniciar os treinos, mesmo faltando cerca de 14 meses para os Jogos Olímpicos, que acontecem em Julho de 2021. Deysi Nhaquila diz que já estava nas expectativas o início dos treinos, porque “esperar a pandemia acabar, não sabemos quando será possível e precisamos nos preparar para os jogos”. Até porque depois da qualificação aos Jogos Olímpicos de Tóquio, “temos que estar no nível das outras que já estão a treinar, porque não vamos lá para brincar, mas sim para representar o nosso país da melhor forma possível”.

E assegura que as medidas de prevenção emanadas pelo Governo são para serem seguidas.

Aliás, não só as medidas de prevenção serão uma prioridade, mas também a entrega nos treinos, porque quem quer atingir o topo do mundo, tem que dar muito de si para lá chegar. “O ginásio ainda abriu e por isso estamos a treinar apenas no mar”, disse Maria Machava.

Já Deysi Nhaquila disse que este início é uma mais-valia não só para a manutenção da performance, mas também “para melhorar ainda mais e podermos representar da melhor forma o nosso país”.

O tempo, esse, parece longo, mas Denise Paruque diz que pode ser curto se não houve dedicação. “Basta nos dedicarmos bastante nos treinos, podemos chegar a Tóquio com bom ritmo”, assegura.

 

Nem a chuva apaga a vela

Faça sol ou chuva, frio ou calor, o trabalho não para! Sem as respectivas treinadoras principais, tendo em conta que a treinadora da Deysi está em Cuba e da dupla Denise e Maria está em Portugal, onde elas esperam poder ir estagiar, com o barco da sua especialidade. Por ora, sob batuta de Ernesto Sumunguila, as atletas esmeram-se no mar, buscando as melhores estratégias de suplantar as adversárias.

O maior adversário neste momento é a falta de vento, tal como refere Ernesto Sumunguila, o que não permite melhor performance das atletas.

Mesmo já em treino, as meninas não deixam de apoiar quem ainda sonha em chegar a Tóquio. Para estas três, é importante que não desistam, que não temam ninguém nas provas onde vão procurar os mínimos e, o mais importante, que se previnam da contaminação da COVID-19, que seria a maior desilusão para eles mesmos.

Vela foi a primeira modalidade a garantir o passaporte para Tóquio e é a primeira a retomar os treinos para os Jogos Olímpicos.

Recorde-se que Moçambique tem cinco atletas apuradas para os Jogos Olímpicos de Tóquio, nomeadamente Deyse Nhaquile, Denise Parruque e Maria Machava, na vela; Alcinda Panguana e Rady Gramane, no boxe.

Estão na rota de apuramento a maior festa do desporto mundial os atletas de voleibol de praia, atletismo, natação, karaté, boxe e judo. Nesta última modalidade, Airton Siquire, Kevin Loforte, Jacira Ferreira e Carlos Júnior ainda lutam por um lugar em Tóquio.

 

 

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