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“Vamos praticamente às escuras para o jogo de domingo”

O treinador da União Desportiva do Songo, Chiquinho Conde, lamenta o facto de partir para o jogo de domingo contra o El Masri, inserido na primeira jornada do grupo “B “ da Taça CAF, sem a necessária informação do adversário. Conde diz, no entanto, que a equipa vai dar o seu melhor para alcançar um bom resultado.

A União Desportiva do Songo estreia-se, próximo domingo, na fase de grupos da Taça CAF diante do Al Masri do Egipto, conjunto que domingo venceu o El Daklyeh por três a zero, em jogo da 31ª jornada da Primeira Liga do Egipto. Que União Desportiva do Songo teremos frente ao quarto classificado do campeonato egípcio com 61 pontos?
Eu tinha proposto a direcção que fosse um elemento da equipa técnica para observar o jogo do nosso adversário. Jogou ontem – domingo – e, infelizmente, isso não foi possível. Claro que o conhecimento que nós temos é das páginas de internet. Sabemos que eles jogaram domingo e ganharam por três a zero. Mas isso é curto. É muito pouco. Tínhamos de saber o ambiente que se vive no estádio e a maneira como reagem. Aliás, é assim como funciona com uma equipa profissional de alto rendimento. E nós não fugimos as regras. Estamos na fase de grupos. Temos que pensar grande. Então, temos que melhorar fundamentalmente porque o conhecimento sobre os nossos adversários é importante. Vamos praticamente às escuras. Vamos tentar trabalhar e sistematizar aquilo que é o nosso trabalho desde o início. A forma como nós pretendemos jogar com equipas praticamente desconhecidas é jogar mais fechado, em contenção, jogar mais em contra-ataques. É isso que vamos tentar fazer.

A União Desportiva do Songo, embora sejam competições diferentes, vem de duas derrotas no Moçambola 2018 frente ao Costa do Sol e Ferroviário de Maputo, candidatos ao título. Como é que está o grupo de trabalho em termos anímicos?
Viemos de duas derrotas. As derrotas deixam sempre mossa. É claro que segunda-feira foi dia de folga. Independentemente disso, muitos jogos nas pernas. São humanos. O nosso calendário também não ajuda muito em relação a isso, porque as pessoas parece que não se apercebem, fizemos três jogos fora e iremos fazer o quarto quando voltarmos do Egipto com o Ferroviário de Nampula. São praticamente quatro equipas candidatas ao título e a jogar fora. Vamos ter a felicidade, na segunda volta, de recebê-los no Songo. A história vai ser completamente diferente. Mas estes são contos de outro rosário. O futebol é o momento. O futebol é hoje. Nós sabemos que temos que jogar da mesma maneira fora como jogamos em casa. Mas também temos que ter a convicção de que defrontamos três equipas candidatas ao título: Costa do Sol, Chibuto e Ferroviário de Maputo. Depois, temos o Ferroviário de Nampula e a Liga Desportiva de Maputo. Felizmente, cancelaram o jogo de quarta-feira. E ainda bem, pois alguém de bom senso teve esse cuidado porque senão seria um desgaste enorme para a minha equipa. Mesmo que eu faça a rotatividade poderá sempre haver uma oscilação. Os jogadores somente conseguem recuperar as 72 horas.

E qual a solução encontrada pela equipa técnica face à maratona de jogos a que a União Desportiva do Songo está sujeita devido à sua continuidade nas Afrotaças? Como espera contrariar este cenário, a começar com o jogo de domingo no Egipto?
Vamos tentar fazer um trabalho de recuperação. Vamos incidir só na parte final, na sistematização do nosso sistema como vamos jogar, mas muito pausado.

Em termos clínicos, como é que está a equipa? Conta com todos os atletas para esta empreitada?
Não. Temos dois  jogadores lesionados que estão no Songo. Temos o Manuel e Nhaminga. Estes não podem jogar.  O Parkim que está cá, mas está contundido. Agora, é tentar recuperar quer o Parkim, quer o Kambala para estarmos todos prontos para esta batalha que é dura e difícil.

Mais do que representar a vila do Songo, na província de Tete, a União Desportiva do Songo representa Moçambique. Que mensagem deixa ficar aos moçambicanos que irão acompanhar este jogo?
Acreditem como nós acreditamos por trabalharmos dura e seriamente para termos sucesso. Mas o conhecimento, fundamentalmente, é importante. Queremos continuar a fazer história. Esta é a nossa oportunidade, porque estamos numa competição africana de mais alto nível.

 

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