Se estivesse vivo, Mahatma Gandhi completaria, no próximo ano, 150 anos de idade. O líder pacifista indiano e principal personalidade da independência da Índia, então colónia britânica. Ganhou destaque na luta contra os ingleses por meio de seu projecto de não-violência. Além de sua luta pela independência da Índia, também ficou conhecido por seus pensamentos e sua filosofia. Recorria a jejuns, marchas e à desobediência civil, ou seja, estimulava o não pagamento dos impostos e o boicote aos produtos ingleses.
No âmbito da transformação e maturidade, a Universidade Pedagógica lançou, esta terça-feira, as celebrações dos 150 anos Mahatma Gandhi.
O professor José Castiano, em representação da Universidade Pedagógica, explicou as razoes que levaram a instituição a realizar estas comemorações.
“Qual é o interesse que nós enquanto moçambicanos e particularmente na nossa instituição universitária podemos ter nestas celebrações? Eu penso que podemos invocar duas razões para embarcarmos neste empreendimento. Primeiro porque a filosofia por trás da acção política do Gandhi foi cozinhada a partir do solo africano mais concretamente sul-africano e da condição de segregação racial. Segundo porque Gandhi introduz uma nova forma de acção política no mundo cuja filosofia veio por sua vez enriquecer os movimentos de libertação dos nossos países africanos”, disse José Castiano em representação da Universidade Pedagógica.
Numa sala composta por estudantes, alto comissariado da Índia e o corpo directivo da Universidade Pedagógica, o jornalista e escritor Calane da Silva falou da vida e obra de Mahatma Gandhi.
Com o tema espiritualidade e revolução, Da Silva teve como um dos principais desafios falar dos ideais do líder espiritual e pacifista indiano. O escritor e jornalista lembrou aos presentes que Gandhi revelou-se como um grande lutador e, através da paz, conseguia seus objectivos fundamentais sem uso da violência.
“ Olhou para o céu, para árvore quando saiu de casa? Não. Só olhou para o relógio, para o carro, chapa e não olhou para si mesmo e é por isso vai atrair pensamentos negativos. Gandhi sabia disso, e atraiu para Índia os olhares de todo o mundo, e quando morreu, mais olhares se multiplicaram e é por isso que estamos hoje a comemorar os 150 anos dele porque a mensagem dele era de não-violência, não resistência, a mensagem da capacidade que o homem tem para resolver os seus problemas através da sua maneira de ser e não bélica é possível”, falou Calane da Silva
Gandhi era contra a violência, defendendo as formas pacíficas de protesto como, por exemplo, greves, passeatas, retiros espirituais e jejuns.
A actividade política de Mahatma (grande alma) esteve sempre ligada ao seu pensamento filosófico da não-violência, o único caminho para a conquista da igualdade. Opor violência à violência só aumenta o mal. Para ele, a libertação da alma humana, em relação à servidão terrestre só pode ser alcançada através de uma disciplina diária, uma rigorosa meditação, jejuns e orações que conduz a um completo domínio dos sentidos. Gandhi é considerado uma importante referência histórica para os movimentos pacifistas ocorridos no mundo.