O País – A verdade como notícia

“Universidades devem tirar proveito do novo normal”, defende Ilesh Jani

O director do Instituto Nacional da Saúde, Ilesh Jani, insta as universidades a apostarem na investigação, extensão e inovação para vencer os desafios impostos pela COVID-19.

Poderá a academia encontrar oportunidades na crise? Essa é a questão a que Jani tentou responder, durante uma hora de aula de sapiência, na abertura do ano acadêmico da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), realizada esta sexta-feira, na cidade de Maputo.

Jani iniciou por fazer uma radiografia sobre todas as outras crises que já assolaram o mundo, tomando como exemplo a peste Negra, a Gripe Espanhola e o Ébola, que causaram milhões de mortos, geraram impactos negativos e originaram transformações positivas no mundo, e propôs que Moçambique e as universidades, em particular, deviam tirar proveito disso.

“Os vários aprendizados acumulados nesta crise têm potencial para continuar a galvanizar os progressos da ciência e da tecnologia dos países em desenvolvimento, agora no período pandémico, assim como no período pós-pandémico”, disse.

Jani foi mais longe e disse que é preciso que as academias tirem proveito do “novo normal”, pois ele “pode ser um veículo rumo aos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável” e as instituições académicas, devido à sua natureza, podem jogar um papel preponderante na busca do novo paradigma para toda a sociedade.

O Director-geral do INS avançou, ainda, que as universidades que mais sofrem com os impactos da COVID-19 são as que dependem, maioritariamente, das propinas dos estudantes, por isso, há uma necessidade dessas instituições apostarem na investigação, extensão e inovação.

“Especificamente em Moçambique, penso ser de grande importância a definição de uma agenda de prioridades no sistema de ciência e tecnologia, com base em três princípios estratégicos. Primeiro, focalização nas necessidades mais estruturantes do país, segundo, identificação de temas em que o país ofereça vantagem competitiva em termos de geração de conhecimento científico original e, terceiro, dar preferência aos problemas complexos, que necessitem de abordagens transdisciplinares e que influenciem o desenvolvimento sustentável a longo prazo”.

A fonte avançou, ainda, que, por conta do ensino híbrido e a distância que as universidades adoptaram para fazer face à COVID-19, nenhum estudante ou docente deve ser excluído.

Reagindo, o Reitor da UEM, Orlando Quilambo, mostrou-se aberto para colocar os estudantes na área de investigação sobre a COVID-19.

“Todas as instituições, sobretudo as do ensino superior, deveriam fazer com que os seus estudantes pudessem fazer parte de pequenos projectos, que possam realizar ao seu nível, nesta linha da COVID-19”, disse.

E para alcançar esses objectivos, Daniel Nivagara, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, garante a criação das condições para as universidades.

“O nosso governo tem envidado esforços para continuar a garantir condições que possibilitem a participação das instituições do ensino superior nacionais no desígnio das políticas de desenvolvimento do país”.

Para este ano lectivo, cerca de dois mil estudantes entram na UEM, juntando-se aos mais de 40 mil já existentes.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos