Do outro lado do atlântico, precisamente na Ilha da Madeira, há uma jóia do índico, cuja poesia do seu futebol encanta na Liga NOS.
Do Chiveve, partiu para as “europas” referenciado com jogadas líricas e passes estruturados em versos que carre(gava)m um sonho: singrar no Marítimo. Uma ponte, pois claro, para grandes voos. A primeira temporada, a de 2016-2017, correu “assim-assim”.
Mas os astros parecem alinhados, esta época, para que brilhe na “tuga”. O arranque notável, com aparições na Liga Europa e mais minutos na Liga NOS, são disso indicativo.
Aliás, são já 221 minutos contabilizados pelo craque, sendo 176 para o campeonato português e 45 para a Liga Europa.
Mas é assim: foi preciso ter paciência, foi preciso esperar pelo seu momento, foi preciso mostrar competência.
Nas duas primeiras jornadas da Liga NOS, banco de suplentes. Nem mais! Gildo Vilanculos não foi opção para o técnico Daniel Ramos na vitória dos insulares diante do Paços de Ferreira, por 1-0, e derrota da sua equipa frente ao Belenenses, por 2-1.
A terceira foi de…vez! A 20 de Agosto, em jogo da terceira jornada da Liga NOS, Gildo Vilanculos foi lançado aos 22 minutos (para o lugar de Edgar Costa) num embate em que o Marítimo venceu o Boavista por um a zero. Bebeto, no minuto 58, foi o autor do golo solitário do Marítimo.
Era uma segunda-feira, 28 de Agosto. Gildo Vilanculos foi titularíssimo na vitória do Marítimo no terreno do Portimonense, por 2-1. Edgar Costa, aos 69 minutos, e Ricardo Valente (90+1) foram os autores dos golos dos verde-rubros.
Já Jorge Pires, a quatro minutos do final do encontro, marcou o golo do Portimonense. O jogo contava para a 4.ª jornada da Liga NOS.
Na 5.ª jornada, a 9 de Setembro, saiu do banco, aos 72 minutos, e entrou para o lugar de Fábio China, numa altura em que o seu Marítimo, a empatar a zero com o defensivo Rio Ave, fez de tudo para desatar o nó. Não comprometeu. A sua equipa venceu por um a zero, já nos descontos. Uma vitória que permitiu aos insulares cimentarem a quarta posição na tabela classificativa, agora com 12 pontos.
Pelo meio, 45 minutos bem conseguidos no jogo da segunda mão da Liga Europa frente ao Dínamo de Kiev, num embate em que a sua equipa perdeu por 3-1.
“A ambição é tanta. Se um sonho não te assusta, não passa de um mero desejo. O sonho é atingir outros patamares”, disse, radiante, o número 25 do Marítimo. Mas, esta curta caminhada, faz questão de sublinhar, é resultado de trabalho árduo, entrega e vontade de vencer. “Digamos que é o início de um sonho, mas por detrás de tudo isso há trabalho e há aquilo que muitos não vêem”, disparou.
Manter o mesmo nível
O céu é o limite, pelo que sonha ainda em dar grandes voos e evoluir em clubes de topo da Europa. “Eu prometo continuar a trabalhar. Fácil é chegar lá, difícil é manter o nível. É isto que vou procurar, manter ou subir cada vez mais”, promete.
E já tem os objectivos traçados: “Estes passam, necessariamente, por ter mais minutos no campeonato português. É isso que está a acontecer. E, acima de tudo, dar o meu máximo e fazer a minha marca. Vou procurar ganhar mercado e, posteriormente, dar mais um passo possível, tendo em conta que eu vejo o campeonato português para mim como se fosse uma ponte”.