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Um ano depois, marcas do ciclone Freddy ainda são visíveis na Zambézia

Passa, hoje, um ano após a entrada do ciclone tropical Freddy na província da Zambézia, que afectou centenas de pessoas, causando luto e dor, além da destruição de infraestruturas públicas e privadas.

Um evento que mexeu com o tecido socioeconómico da Zambézia em 2023. Por estas alturas, a província lutava para debelar o sofrimento causado por aquele evento climático, com destaque  para os distritos localizados ao longo da Costa. 

José Ferreira reside no bairro Incidua, em Quelimane, um dos mais vulneráveis a eventos ciclónicos, há mais de três décadas. Lembra como se fosse ontem a passagem do ciclone Freddy. “Presenciei a passagem do ciclone Freddy, estávamos todos aflitos e o cenário era de cada um por si, Deus para todos. Os efeitos do ciclone continuam e nós estamos aqui a sofrer por conta disso. Esperamos por dias melhores”, disse Ferreira.

Vasco Abacar é outro cidadão de Quelimane que também sofreu, junto com a sua família, com a passagem do ciclone em 2023. Conta que o ciclone criou uma condição de vida nômada e falta de alimentos. “Volvido um ano, só lembramos o sofrimento que vivemos. As nossas casas caíram e hoje muitos de nós não têm condições para reerguer outras”, lamentou. 

As famílias procuram todos os dias reparar os danos causados. Reforçam chapas de zinco sempre que há anúncio de mau tempo. 

O delegado do INGD na província da Zambézia, Nelson Ludovico, fez saber que ficaram afectas pelo ciclone perto de 800 mil pessoas. Mais de 25% destes necessitaram de ajuda humanitária e 157 pessoas perderam a vida. 

“É por isso que, consciente desta realidade, o Governo elaborou um relatório de avaliação das necessidades pós ciclone. Foi com base neste documento que estamos a trabalhar junto de parceiros internacionais para ver se conseguimos captar recursos para uma reconstrução mais resiliente a nível da província”, disse Ludovico adiantando que “neste momento fizemos a reconstrução de algumas infraestruturas sociais ao nível da província com recursos anunciados e disponibilizadas pelo Presidente da República. Contudo, temos ainda mais esforços para assegurar o processo de reconstrução em curso e apoio das famílias”. 

Actualmente, chove na zona Norte da província, o que reanima a produção das famílias. A preocupação tem sido na zona sul, onde a chuva ainda é escassa, mas espera-se por dias melhores. 

O Governo da província ainda não tem registo de bolsas de fome. 

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